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Economia

IPCA de março desacelera e sobe 0,16%; inflação acumulada de 12 meses fica em 3,93%

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Conforme o IBGE, dos nove grupos pesquisados, seis tiveram alta na passagem de fevereiro para março

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), indicador que é a inflação oficial do Brasil, fechou o mês de março com alta de 0,16%, uma desaceleração após avanço de 0,83% em fevereiro. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Conforme o IBGE, dos nove grupos pesquisados, seis tiveram alta na passagem de fevereiro para março. Entretanto, grupamentos com peso importante no IPCA apresentaram desaceleração no índice. Os preços relacionadas ao grupo de Educação tiveram queda acentuada no último mês.

Apesar do resultado representar uma desaceleração geral, os preços dos alimentos e bebidas foram os que registraram maior impacto no indicado, 0,11 ponto percentual, e a maior alta, de 0,53%. O dado está abaixo do registrado em fevereiro, de 0,95%.

Para a diarista Adrian Sanchez, o aumento em alguns produtos básicos foi nítido no último ano. “ Olha, eu senti sim uma diferença razoável. O arroz não tá tão caro e nem tão barato. Vamos dizer que eu pagava R$ 10 em 1kg de arroz parboilizado, hoje tá R$ 12, e tá caro ainda. Eu só comprava arroz parboilizado, mas hoje em dia eu estou consumindo mais arroz do tipo 1 e 2, que é o que cabe no meu orçamento.

Os preços de alimentação no domicílio desaceleraram de 1,12% em fevereiro para 0,59% em março. A cebola, com alta de 14,34%, o tomate, com avanço de 9,85%, o ovo de galinha, 4,59%, as frutas, 3,75%, e o leite longa vida, aceleração de 2,63%, apresentaram as maiores altas.

Tudo isso fez com que a cesta básica ficasse mais cara. “ Antigamente, há muito tempo, uns 10 ou 12 anos atrás quando eu morava no Pará, a cesta básica custava 30, 40 reais, hoje em dia tá 80, 200 reais. Pra mim não tá valendo a pena o preço. Eu prefiro comprar as coisas em menor quantidade, no caso sou eu quem faz as coisas de 15 em 15 dias, ou uma vez por semana quando eu vejo que acabou o café, leite, o açúcar ou essas coisas mais básicas, e assim, na minha opinião é melhor do que comprar uma cesta que pode te dar prejuízo”, completou a diarista.

A alimentação fora do domicílio (0,35%) também desacelerou em relação ao mês anterior (0,49%). Já o lanche acelerou de 0,25% para 0,66%, mas a refeição (0,09%) teve uma alta menor que em fevereiro (0,67%).

Preço das passagens áreas em queda

O indicador registrou queda no grupo de transportes, que passou de alta de 0,72% em fevereiro para a queda de 0,33% em março. A queda de 9,14% nos preços das passagens áreas foi um dos grandes responsáveis pelo resultado.A gasolina também desacelerou de 2,93% para 0,21%. O etanol, por sua vez, registrou alta de 0,55%.

O gás veicular (-2,21%) e óleo diesel (-0,73%) registraram recuo nos preços, enquanto o item táxi teve alta de 0,23% devido ao reajuste de 8,31% em Belo Horizonte (2,28%), a partir de 8 de fevereiro.

O item de ônibus urbano teve a variação negativa influenciada pela unificação de tarifas em Recife, com recuo de 1,21%, a partir de 3 de março, e pelo reajuste de 2,15% em Campo Grande, a partir de 15 de março.

Já em ônibus intermunicipal (0,75%) houve impacto dos reajustes aplicados no Rio de Janeiro (6,93%), a partir de 24 de fevereiro. No subitem trem (-0,19%) houve incorporação residual da redução de 4,05% nas tarifas no Rio de Janeiro (-0,42%), a partir de 2 de fevereiro.

Entenda como é feito o cálculo do IPCA

O IPCA é calculado com base em uma amostra de produtos e serviços que representam os gastos das famílias brasileiras. Essa amostra é composta por cerca de 400 itens, que incluem alimentos, bebidas, habitação, transporte, saúde, educação, entre outros. A seleção dos itens é feita com base em pesquisas de orçamento familiar e em dados de consumo das famílias.

Para calcular o IPCA acumulado, o IBGE realiza uma pesquisa de preços em estabelecimentos comerciais de todo o país. Essa pesquisa é realizada mensalmente e envolve cerca de 30 mil estabelecimentos, incluindo supermercados, lojas de departamento, postos de combustível, entre outros. Os preços dos produtos e serviços são coletados e comparados com os preços do mês anterior.

Os itens da amostra do IPCA são ponderados de acordo com a sua participação nos gastos das famílias brasileiras. Itens que representam uma parcela maior dos gastos têm um peso maior no cálculo do IPCA. Essa ponderação é feita com base em dados de orçamento familiar e em pesquisas de consumo.

O IPCA é calculado a partir da variação dos preços dos produtos e serviços da amostra. Essa variação é medida em relação ao mês anterior e é ponderada de acordo com a participação de cada item nos gastos das famílias. O resultado é um índice que reflete a variação média.

O IPCA acumulado é um indicador que mede a variação dos preços de um conjunto de produtos e serviços ao longo de um determinado período. Ele é calculado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e é considerado o índice oficial de inflação no Brasil. O IPCA acumulado é utilizado para monitorar a inflação e é divulgado mensalmente.

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