Ao longo de três décadas, Wanda Chase acumulou 45 prêmios e foi reconhecida pela cobertura da cultura negra.
Na noite desta quarta-feira (2), a comunicadora e ativista Wanda Chase, de 74 anos, morreu durante uma cirurgia para tratar um aneurisma da aorta no Hospital Tereza de Lisieux, em Salvador. Com 27 anos de carreira na TV Bahia, ela se destacou como uma das principais vozes do jornalismo baiano e do movimento negro.
O sepultamento está marcado para sábado (5), no Cemitério Campo Santo, assim que os familiares chegarem à capital.
Segundo a família, Wanda havia relatado problemas de saúde há cerca de um mês, após contrair uma virose. Ao buscar atendimento, foi diagnosticada inicialmente com infecção urinária e, posteriormente, intestinal.
Na quarta-feira (2), ao ser internada, descobriu o aneurisma dissecante da aorta – uma emergência médica causada pelo rompimento da camada interna da artéria.
A cirurgia começou por volta das 17h, mas, após quase seis horas, a morte foi confirmada.
Natural do Amazonas, Wanda mudou-se para a Bahia em 1991. A ativista deixou um legado marcante na comunicação baiana, passando por emissoras como Rede Manchete, TV Cabo Branco e Rede Globo Nordeste.
Também atuou como assessora de imprensa do Olodum. Após aposentar-se da TV, tornou-se colunista do portal iBahia e participou de projetos em podcast.
Ao longo de três décadas, acumulou 45 prêmios e foi reconhecida pela cobertura da cultura negra. Em 2002, recebeu o título de Cidadã Soteropolitana, e, neste ano, seria condecorada como Cidadã Baiana pela Alba – homenagem adiada devido ao estado de saúde.

Veja a íntegra da nota divulgada pela família de Wanda:
“A família Chase, lamenta com pesar, informar o falecimento da irmã, tia e tia avó Wanda Chase. Jornalista, uma mulher pioneira e inspiradora na luta pela igualdade racial e pela representatividade na mídia.
Nascida no Amazonas, Wanda Chase construiu uma carreira exemplar no jornalismo, passando por importantes veículos de comunicação, como o Jornal A Crítica, Rede Manchete, Tv Cabo Branco, Rede Globo Nordeste e por último, a convite, por 27 anos na Tv Bahia.
Além de sua destacada atuação como repórter, editora, colunista e apresentadora, Wanda Chase foi uma militante incansável do movimento negro, lutando por mais visibilidade e inclusão para as comunidades afrodescendentes.
Mesmo após sua aposentadoria, Wanda, continuou ativa, escrevendo sua coluna “Opraí Wanda Chase” no Portal IBahia e trabalhando em projetos como um podcast “Bastidores com Wanda Chase” e um livro sobre a axé music.
Sua partida deixa um vazio irreparável, mas seu legado de luta, perseverança e paixão pela vida e pela justiça social continuará a inspirar gerações futuras.
Para nós, seus familiares, Wanda é referência de alegria, determinação, sensatez, honestidade e competência.
Na vida a Wanda amou tudo que fez e nosso amor por ela é para sempre.
Em breve daremos informações sobre o funeral”.