Ex-ministro disse que está reorganizando a vida e decidirá em breve futuro político.
Em entrevista ao programa Canal Livre, da Bandeirantes, divulgada nesse domingo (7) de julho, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu criticou a falta de uma “mesa da frente ampla” que deveria ter sido formada logo após a eleição de 2022 para dar uma “cara da frente ampla” ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo Dirceu, essa mesa, composta por personalidades de diversas posições de apoio ao governo, deveria ter sido estabelecida para facilitar o diálogo com o Congresso e as forças políticas.
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“(Nas eleições) O governo conseguiu um diálogo com Congresso e forças políticas. O que não aconteceu (depois das eleições)? Devíamos ter constituído uma mesa da frente ampla, com personalidades, com endereço, com posições de apoio ao governo, de propostas e críticas. Com uma cara da frente ampla. Como os partidos têm”, afirmou Dirceu.
Dirceu mencionou a intenção de reorganizar sua vida nos próximos meses antes de decidir o futuro político. Ele destacou que foi preso quatro vezes durante a Operação Lava Jato, alegando que isso ocorreu para que ele fizesse uma delação premiada.
Segundo o ex-ministro, essa pressão foi parte de um esforço para obter sua colaboração, mas ele resistiu e agora se concentra em sua vida pessoal e em seus projetos literários.
“Tenho que reorganizar a minha vida. À medida em que vou sendo absolvido. Fui preso quatro vezes, não me deixavam solto, porque queriam que eu fizesse delação. Eu escrevi dois livros de memórias, o segundo que devo publicar até março. Procurei ler e reler clássicos brasileiros”, revelou Dirceu, ressaltando que ainda há uma pendência na Justiça.
Relação com Lula e atuação política
Questionado sobre a relação atual com o presidente Lula, Dirceu negou ter se encontrado pessoalmente com ele desde que Lula tomou posse.
Mas afirmou que mantém contato com ministros, presidentes de partido, deputados, senadores e governadores. Dirceu destacou a importância de sua atuação política, afirmando que isso é uma necessidade em sua vida.
“Não falo com o presidente pessoalmente desde que ele tomou posse. Eu falo com os ministros, com presidentes de partido. Tenho relação com deputados, senadores e governadores. Atuo politicamente, isso é quase necessário na minha vida”, declarou.
Dirceu também mencionou que o foco atual está nas eleições de 2024 e na renovação do PT no próximo ano. Ele indicou que suas decisões sobre seu futuro na vida política institucional do país serão tomadas após esses eventos.
“Agora é a eleição de 2024 que interessa, depois a renovação do PT no ano que vem. Aí em 2026, vamos ver como me recoloco na vida política institucional do País”, completou.