Em evento na sede da Telebras, presidente aponta fragilidades na gestão da mineradora após anúncio de novo presidente.
Durante visita ao Centro de Operações Espaciais Principal (Cope-P) da Telebras, em Brasília, nesta terça-feira (27), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou para criticar a gestão da mineradora Vale e reforçar a posição contrária às privatizações.
O presidente ressaltou a importância de o Estado manter uma participação ativa na economia, trabalhando em “conjunto” com a iniciativa privada, e não simplesmente vendendo ativos nacionais.
Lula comparou, de forma irônica a atual estrutura da Vale a um “cachorro de muitos donos“, sugerindo que a falta de uma identidade clara e de liderança contribui para ineficiências na gestão.
“Para que serve o Estado? Para que serve o governo? Eu não falo isso contra iniciativa privada. Acho que nós temos de trabalhar juntos com a iniciativa privada, mas trabalhar em parceria. Eu não preciso desmontar o Estado”, disse o presidente.
A fala ocorreu no contexto das indenizações relacionadas ao rompimento da barragem em Mariana, em 2015, em que ele destacou a dificuldade de encontrar responsáveis claros dentro da estrutura corporativa da empresa.
- Leia também: Mercado ajusta previsão de inflação para 2024 pela 6ª vez consecutiva, revela relatório Focus
“Você não tem dono. É uma ‘corporation’, um monte de gente com 2%, um monte de gente com 3%, e você não sabe quem é o dono“, ironizou o presidente.
O Conselho de Administração da Vale havia anunciado na noite de segunda-feira(26) a eleição de Gustavo Pimenta como novo presidente da mineradora, substituindo Eduardo Bartolomeo.
Lula, deixou claro que a crítica vai além da troca de comando, mirando a estrutura corporativa da Vale e questionando a responsabilidade e identidade dentro de grandes empresas privatizadas.
A crítica é contínua às privatizações realizadas nas últimas décadas, especialmente em setores estratégicos, como o de mineração, apontando para a necessidade de uma presença mais marcante do governo na economia brasileira.
