“Não acho que é ditadura, é diferente de uma ditadura”, diz Lula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou nesta sexta-feira (16) que não considera o governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, uma ditadura. Durante entrevista à Rádio Gaúcha, Lula afirmou que, embora o regime no país vizinho seja “muito desagradável“ e tenha um “viés autoritário“, ele não o define como uma ditadura.
“Não acho que é ditadura, é diferente de uma ditadura. É um governo com viés autoritário, mas não é uma ditadura como a gente conhece tantas nesse mundo“, afirmou Lula.
Lula destacou a importância estratégica da Venezuela para o Brasil, mencionando a longa fronteira compartilhada e o potencial de parcerias comerciais, que já chegaram a gerar um superávit de quase R$ 5 bilhões para o Brasil.
Sobre a situação política, Lula comentou que o governo venezuelano chegou a tentar barrar a visita do ex-chanceler Celso Amorim, assessor internacional do presidente brasileiro, que foi enviado para acompanhar as eleições presidenciais de julho.
O resultado dessas eleições ainda não foi reconhecido pelo Brasil, assim como pela maioria dos países.
Maduro, de acordo com os órgãos oficiais subordinados ao governo, teria sido reeleito, enquanto a oposição alega que o candidato Edmundo González obteve mais de 60% dos votos.
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Será que Maduro venceu as eleições? Oposição contesta resultados
O Brasil e outros países pedem a divulgação completa dos “dados desagregados“, que detalham a votação urna por urna, mas até o momento esses números não foram apresentados.
Lula também revelou que só após ameaçar divulgar que a Venezuela estava bloqueando a missão de observação de Amorim, o governo venezuelano permitiu a viagem.
“Quando o Celso Amorim ia viajar para a Venezuela, eu fui informado que eles tinham pedido para o Celso Amorim não ir. Eu mandei comunicar que se o Celso Amorim não pudesse ir, eu comunicaria à imprensa que a Venezuela estava impedindo. Aí, deixaram o Celso Amorim ir“, disse Lula.