Maduro foi reconduzido para um novo mandato de seis anos, de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.
Nesta segunda-feira (29), o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela (CNE) apontou a reeleição do atual presidente, Nicolás Maduro, para o terceiro mandato consecutivo.
Nas eleições presidenciais realizadas neste domingo (28), Maduro disputava com o candidato da oposição, Edmundo González. O resultado indica uma diferença de 704 mil votos entre os dois candidatos.
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Com 80% do votos apurados, – de acordo com a última atualização do CNE antes do site do sair do ar -, Maduro teve 51,2% dos votos, e o candidato da oposição, Edmundo González, 44%.
A oposição contestou os números divulgados pelo CNE e denunciou irregularidades, informando que Edmundo González teve 70% dos votos, e Maduro, 30%.
De acordo com o órgão estadual, 59% dos eleitores participaram da votação, o que aponta 13 pontos acima dos 46% registrados em 2018, quando Maduro conquistou o segundo mandato.
O atual presidente discursou na madrugada desta segunda-feira (29) e defendeu o sistema eleitoral venezuelano, alegando que houve auditoria e revisão dos resultados.
Maduro também afirmou, em discurso a apoiadores em frente ao Palácio de Miraflores após a divulgação do resultado, que a reeleição era o triunfo da paz e da estabilidade.
Com este resultado, Nicolás Maduro foi reconduzido para um novo mandato de seis anos, de janeiro de 2025 a janeiro de 2031.
Oposição
Após o Conselho Nacional da Venezuela (CNE), órgão eleitoral alinhado ao presidente, declarar a vitória de Nicolás Maduro, a coalizão oposicionista da Venezuela se pronunciou alegando que não reconhece a decisão.
A líder oposicionista María Corina Machado, impedia de concorrer no pleito, disse que a declaração do CNE vai contra as pesquisas internas que apontavam vitória da oposição com ampla margem em relação a Maduro.
Machado também afirma que a oposição ganhou em todos os Estados e que os resultados esperados dariam a vitória a González com cerca de 70% dos votos contra 30% dos governistas.
O candidato Edmundo González afirmou, em breve discurso, que “nossa luta continua, e não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada”.
Repercussão mundial
Diversas autoridades internacionais questionaram o anúncio de vitória de Maduro, muitos políticos rejeitaram os resultados e pediram auditorias independentes.
O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, afirmou que o país tem “sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a vontade ou os votos do povo venezuelano”.
“A comunidade internacional e o povo venezuelano esperam que a transparência e as garantias eleitorais prevaleçam para todos os setores. É importante esclarecer quaisquer dúvidas sobre os resultados. Isto implica que os observadores internacionais apresentem as suas conclusões sobre o processo”, escreveu o ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Luis Gilberto Murillo, num comunicado.
Já o presidente chileno, Gabriel Boric, disse que o governo não reconhecerá “qualquer resultado que não seja verificável”.
Além disso, também alegou que os resultados publicados “são difíceis de acreditar”, razão pela qual exigiu “total transparência das atas de votação e do processo”.
Em comunicado, o governo da Costa Rica disse que não reconhece a eleição de Maduro, que chamou de “fraudulenta” e disse que a “repudia”.
O ministro das Relações Exteriores do Peru, Javier González Olaechea, disse que seu país “não aceitará a violação da vontade popular do povo venezuelano”.
Em nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores, o governo brasileiro afirmou que “acompanha com atenção o processo de apuração” das eleições presidenciais na Venezuela e que vai aguardar a publicação dos “dados desagregados” pelo CNE.
Já países como Rússia, Nicarágua, Bolívia, Hondura, China e Cuba parabenizaram Maduro pela vitória.
“As relações russo-venezuelanas têm o carácter de uma parceria estratégica. Estou certo de que as suas atividades à frente do Estado continuarão a contribuir para o seu desenvolvimento progressivo em todas as direções”, afirmou Putin.
“A China e a Venezuela são bons amigos e parceiros que se apoiam. Este ano marca o 50º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e a Venezuela”, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Lin Jian.