A mãe declarou à polícia que sofre de transtornos mentais e citou histórico de internações.
Em Goiânia, uma mãe foi presa no domingo (30) sob suspeita de tentar vender o bebê de 27 dias para uma empresária. Além dela, foram detidos o companheiro – que havia registrado a criança como filha -, a empresária interessada e uma funcionária que intermediou a negociação. Todos foram flagrados em suposto esquema de tráfico de pessoas, conforme informou a Polícia Civil.
A investigação teve início após uma denúncia anônima. Segundo o delegado Humberto Teófilo, a funcionária da empresária dividia um apartamento com o casal e teria articulado o contato.
Durante o interrogatório, a mãe confessou o crime, afirmando que receberia uma quantia em dinheiro para entregar o bebê.
“Com o valor, ela planejava pagar o aluguel de um novo imóvel e fazer um curso de culinária”, relatou o delegado.
Já a empresária e a funcionária negaram as acusações. A primeira alegou que apenas cuidaria da criança e a devolveria no mesmo dia, enquanto a segunda insistiu que não houve transação financeira.
No entanto, mensagens trocadas entre elas, obtidas pela polícia, contradizem as versões. Em uma delas, a empresária escreveu: “Arruma uma ‘buchuda’ pra me dar o filho. Se for menino, ‘mio’ ainda. Se for preto então, ‘mio’ ainda”.
- Leia também: Bebê vítima de tráfico internacional é repatriada ao Brasil após 16 meses em Portugal
- Comissão expõe que crianças eram enviadas como ‘bagagem’ para adoção na Coreia do Sul

O delegado destacou que a empresária consta no Banco Nacional de Cadastro de Adoção, mas não concluiu os trâmites legais.
“Ela não ingressou na fila de adoção regular”, explicou. Embora o pagamento não tenha sido efetuado, a mãe afirmou que receberia o valor posteriormente.
A mãe declarou à polícia que sofre de transtornos mentais e citou histórico de internações. “Tenho alto conhecimento sobre meus transtornos e sei o que acontece quando estou esgotada fisicamente”, disse.
Ela também expressou arrependimento, atribuindo parte do ocorrido ao uso de medicamentos.
Após audiência de custódia na segunda-feira (31), os quatro envolvidos foram liberados, mas continuam sob investigação por tráfico de pessoas. A criança foi encaminhada ao Conselho Tutelar e está em um abrigo.
O caso segue sob análise das autoridades, que apuram detalhes da negociação e o envolvimento de cada parte.