Trata-se da terceira alta seguida na previsão para o juro básico da economia
Analistas consultados pelo Banco Central elevaram pela terceira vez consecutiva a previsão para a taxa básica de juros, a Selic, para o final de 2024, apontando agora uma taxa de 10,0% ao ano. A mudança reflete expectativas de inflação mais alta e crescimento econômico mais lento, conforme revelado na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (20).
O levantamento semanal do BC, que captura a percepção do mercado sobre os principais indicadores econômicos, mostrou que a expectativa para a Selic em 2024 subiu de 9,75% para 10,0%. Para 2025, a projeção permanece em 9,0%.
A revisão das previsões ocorre após o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC reduzir o ritmo de afrouxamento monetário, realizando um corte de 0,25 ponto percentual na Selic, que agora está em 10,50% ao ano.
Este ajuste veio após seis reduções consecutivas de 0,50 ponto percentual na taxa. Além disso, o Copom abandonou as indicações para os futuros passos da política monetária.
A ata da última reunião do Copom revelou que todos os diretores apoiaram uma abordagem mais contracionista e cautelosa, optando por não fornecer orientações sobre futuros movimentos nos juros. No entanto, houve divergências sobre a intensidade do corte na Selic.
Perspectivas de inflação e crescimento econômico
A pesquisa Focus também indicou uma elevação nas expectativas de inflação, com a estimativa para 2024 subindo de 3,76% para 3,80% e para 2025 passando de 3,66% para 3,74%. As projeções para os dois anos seguintes mantiveram-se em 3,50%.
Vale destacar que o centro da meta oficial de inflação para 2024, 2025 e 2026 é de 3,00%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Em contrapartida, a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para 2024 foi revisada ligeiramente para baixo, caindo 0,04 ponto percentual, para 2,05%. Para 2025, a estimativa de crescimento foi mantida em 2,0%.
Os próximos meses serão cruciais para observar como essas políticas impactarão a economia brasileira, especialmente no contexto de incertezas globais e pressões inflacionárias internas.