Desde 1999, Mercosul e União Europeia trabalham na construção de um acordo de livre comércio.
Os líderes do Mercosul e da União Europeia (UE) anunciaram nesta última sexta-feira (6) a conclusão de um acordo de livre comércio entre os dois blocos econômicos. A declaração foi feita durante a cúpula do Mercosul, realizada em Montevidéu, no Uruguai.
“À luz do progresso alcançado desde 2023, o Acordo de Parceria entre o Mercosul e a União Europeia está agora pronto para revisão legal e tradução. Ambos os blocos estão determinados para condução de tais atividades nos próximos meses, com vistas à futura assinatura do acordo”, diz o documento divulgado no evento.
A cerimônia contou com a presença dos presidentes Javier Milei (Argentina), Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil), Santiago Peña (Paraguai) e Luis Lacalle Pou (Uruguai), além da presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen.
O acordo, que vem sendo negociado desde 1999, cria uma das maiores alianças de comércio do mundo.
“A União Europeia e o Mercosul realizaram uma das alianças de comércio e investimentos maiores que o mundo viu. Estamos formando um mercado de mais de 700 milhões de consumidores”, afirmou Von der Leyen.
Apesar do anúncio, o pacto ainda precisa passar por etapas formais antes de entrar em vigor. Os textos negociados deverão ser submetidos a uma revisão jurídica e traduzida para os idiomas oficiais de cada país-membro.
Após a assinatura, o acordo deverá ser aprovado internamente por cada nação, seguindo os procedimentos legislativos locais. No Brasil, por exemplo, será necessária a aprovação do Poder Legislativo.
Com a ratificação final, o Acordo passará a integrar dois dos maiores blocos econômicos do mundo. Juntos, Mercosul e União Europeia representam cerca de 718 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto (PIB) combinado de aproximadamente US$ 22 trilhões.
O chanceler do Uruguai, Omar Paganini, já havia antecipado na quinta-feira (5) que as negociações entre as delegações foram concluídas. A formalização do pacto é vista como um marco nas relações comerciais entre as duas regiões, após mais de duas décadas de diálogos e ajustes.