Morte foi lamentada pela Orquestra Filarmônica de Santa Catarina, estado onde o musico morava havia aproximadamente 30 anos.
O pianista Arthur Moreira Lima morreu, aos 84 anos, no início da noite desta quarta-feira (30). Desde o ano passado, o músico lutava contra um câncer no intestino e passou as duas últimas semanas internado no Imperial Hospital de Caridade, em Florianópolis (SC).
A informação foi confirmada pela família do músico, que também informou que o velório de Moreira Lima está previsto para acontecer entre 12h e 16h desta quinta-feira (31), no Jardim da Paz, também em Florianópolis.
Nascido no Rio de Janeiro, em 16 de julho de 1940, Arthur Moreira Lima lançou mais de 60 álbuns em vida, tendo se apresentado com as orquestras filarmônicas de Leningrado, Moscou e Varsóvia e com as sinfônicas de Berlim, Viena e Praga.
Ele começou o estudo do piano ainda criança, tendo passado pela França a convite de Marguerite Long e no Conservatório Tchaikovsky, em Moscou. Diplomado na instituição, ele também foi assistente de cátedra de Rudolph Kehrer por três anos.
Em 1965, conquistou o segundo lugar no prêmio Frédéric Chopin e, em 1970, ficou em terceiro no prêmio Tchaikovsky.
Considerado um grande intérprete de compositores românticos, como Chopin e Liszt, e de obras modernistas de compositores como Prokofiev e Villa-Lobos, Arthur também ficou conhecido como notório intérprete da música popular brasileira, gravando Ernesto Nazareth e clássicos do repertório do choro e do samba.
Em paralelo ao mundo do futebol, o músico foi apelidado de “Pelé do piano” pela revista La Suisse. Ele era torcedor fanático do Fluminense, já tendo gravado o Hino do Tricolor, de quem já recebeu uma homenagem em vida e também de maneira póstuma, publicada na manhã desta quinta (31).
Nos anos 2000, Moreira Lima emplacou um projeto chamado “Piano pela Estrada”, onde viajou por diversas cidades brasileiras a bordo de um caminhão que virava palco, realizando recitais de piano gratuitos em escolas, praças e comunidades de locais com pouco acesso a equipamentos culturais.
Durante a noite de quarta-feira, a Orquestra Filarmônica Catarinense (OFiC) expressou pesar pela morte do pianista, destacando-o como “um dos mais importantes pianistas brasileiros no cenário internacional da música clássica.”