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Morte de líder do Hamas: Irã acusa Israel e promete vingança

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Morte de Haniyeh elevou o risco de uma guerra e afeta diretamente as negociações entre Israel e Hamas por um cessar-fogo em Gaza.

O aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, prometeu nessa quarta-feira (31) uma retaliação severa contra Israel após a morte de Ismail Haniyeh, chefe do Hamas, em Teerã.

O assassinato de Haniyeh, principal figura política do grupo terrorista, ocorreu durante sua visita à cerimônia de posse do novo presidente iraniano, Masoud Pezeshkian.

Ismail Haniyeh, durante discurso para o povo palestino em Gaza — Foto: Said Khatib / Arquivo / AFP Photo
Ismail Haniyeh, durante discurso para o povo palestino em Gaza — Foto: Said Khatib / Arquivo / AFP Photo

O Hamas confirmou a morte e a Guarda Revolucionária iraniana denunciou o ato como um “crime” que será respondido.

  • Leia também: “Devolvam os reféns antes que eu assuma”, diz Trump ao Hamas

A residência de Ismail Haniyeh, chefe do escritório político da Resistência Islâmica do Hamas, foi atingida em Teerã, e como resultado deste incidente, ele e um de seus guarda-costas foram martirizados,” disse um comunicado da Guarda Revolucionária.

Reação internacional e ameaças de retaliação

Embora o governo israelense não tenha assumido a autoria do ataque, Khamenei declarou que o Irã “vingará” a morte de Haniyeh e prometeu punição severa para Israel.

O presidente Pezeshkian também condenou a ação, afirmando que o Irã defenderá a integridade territorial e que Israel “se arrependerá” pelo assassinato.

Israel, por sua vez, está em alerta máximo e declarou estar preparado para possíveis retaliações.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que, apesar de não querer guerra, o país está pronto para enfrentar qualquer ameaça.

Ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant em Washington  25/6/2024    REUTERS/Kevin Lamarque
Ministro da Defesa de Israel Yoav Gallant – Foto: Kevin Lamarque/Reuters

Não queremos guerra, mas estamos nos preparando para todas as possibilidades, e isso significa que vocês devem estar preparados conforme necessário, e nós faremos nosso trabalho em todos os níveis acima de vocês”, afirmou ele.

Em resposta ao assassinato, os territórios palestinos, incluindo a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, anunciaram uma greve geral.

Apoiadores do partido religioso e político Jamaat-e-Islami (JI) após o assassinato do líder do Hamas – Foto: Akhtar Soomro/Reuters

O governo do Irã declarou luto de três dias, e grupos palestinos convocaram manifestações em massa.

O embaixador do Brasil na Palestina, Alessandro Candeas, relatou uma atmosfera de apreensão com uma possível escalada do conflito.

Acompanhamos a evolução da situação. Por enquanto, greve geral, sem manifestações de rua. Check points de algumas cidades como Hebron, fechados. Comunidade brasileira apreensiva. Teme-se o risco de escalada”, diz o embaixador

Quem era Ismail Haniyeh?

Ismail Haniyeh é uma figura central na política palestina e um dos líderes mais proeminentes do movimento Hamas.

Nascido em 1963 na Cidade de Gaza, Haniyeh é um veterano do movimento islâmico palestino e militar da região.

Haniyeh ingressou no Hamas na década de 1980, quando o movimento começou a ganhar força como uma alternativa à Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e à Autoridade Palestina.

Haniyeh foi um dos líderes das campanhas eleitorais que levaram o grupo à vitória nas eleições legislativas palestinas de 2006.

Após a vitória eleitoral, Haniyeh tornou-se Primeiro-Ministro do governo palestino.

Desde então, Haniyeh foi uma figura-chave na administração de Gaza, que continua a enfrentar bloqueios e frequentes conflitos com Israel.

O governo de Haniyeh em Gaza é conhecido por adotar uma política de confrontação com Israel, o que frequentemente resulta em ciclos de violência e escalada militar.

Reações de outros países 

Egito e Turquia também condenaram o assassinato, acusando Israel de complicar as negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.

O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan se pronunciou após receber a notícia do assassinato de Ismail Hanié.

“Este assassinato, essa ação desprezível, tem como objetivo minar o ideal palestino, a gloriosa resistência de Gaza e a justa luta de nossos irmãos palestinos, além de enfraquecer a moral e intimidar os palestinos”, afirmou Erdogan

Recep Erdogan e Ismail Haniyeh – Foto: reprodução

Apesar da retórica agressiva, Haniyeh era visto como relativamente “moderado” em comparação com outras figuras do Hamas.

O funeral de Haniyeh está marcado para quinta-feira (1º) no Irã, com o enterro previsto para o dia seguinte em Doha, no Catar.

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