A “3ª Mostra de Arte Indígena: Minha História” foi aberta nesta terça-feira, 3/10, e vai até o dia 27, no Palácio Rio Branco, no centro histórico. A iniciativa marca o início das comemorações do 354º aniversário de Manaus. O evento é uma realização da Manauscult (Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos) e do Concultura (Conselho Municipal de Cultura).
A mostra reúne 36 obras de artes de 18 artistas indígenas moradores de Manaus e convidados, formando um conjunto de pinturas de telas, marchetaria, arte digital, moda e artesanato, representantes indígenas de vários povos como Munduruku, Tukano, Apurinã, Tikuna, Baré, Dessana, Kokama, Mura, Sateré-Mawé, Tupinambá e Miranha.
Um entusiasta da cultura e da causa indígena, com políticas adotadas desde os primeiros momentos da gestão, o prefeito David Almeida, em sua mensagem destaca que a herança cultural indígena de Manaus é um tesouro vivo que permeia cada aspecto da vida na cidade.
“A rica história das etnias que habitaram este território, antes da chegada dos colonizadores europeus, desempenhou um papel fundamental na formação da identidade cultural de Manaus“.
Para Almeida a arte indígena é uma faceta significativa dessa herança cultural.
“O que objetivamos com esta 3ª Mostra de Arte Indígena – Minha História, é a celebração da diversidade artística e da herança cultural, valorizando as variadas formas de expressão artística, dando maior visibilidade aos artistas indígenas, gerando oportunidades para os artistas e, ao mesmo tempo, presentear o público com a exposição de produtos culturais e artísticos de alto valor simbólico, por meio dos quais podemos conhecer melhor a nossa história e assim compreendermos mais apropriadamente o nosso presente”, concluiu.
O presidente da Manauscult, Osvaldo Cardoso, abriu oficialmente o evento, fazendo uma reverência aos povos representados nesta mostra.
“Este lugar tem uma simbologia muito forte, o Palácio Rio Branco, em frente ao memorial indígena. O prefeito traz o passado para o presente e aponta para o futuro. Valorizando o passado, ele reafirma o valor da cultura ancestral”.
Para o presidente do Concultura, Tenório Telles, a continuidade do projeto já na terceira edição é um fato significativo para a cidade e para os artistas indígenas.
“A mostra é um espaço de reconhecimento dos talentos indígenas nas artes plásticas, artesanato, moda, fotografia, entre outras expressões criativas”.
Ele ainda afirma que o Concultura com esta iniciativa ajuda no projeto de resgate da memória histórica manauara. “Aqui se cumpre o programa de governo do prefeito David em trabalhar para gerar renda e oportunidade aos artistas de Manaus, especialmente os indígenas”.
O vice-presidente do Concultura, Neilo Batista, ressaltou que o trabalho da gestão de David Almeida foi voltado aos povos indígenas desde o início.
“Tudo começou com a criação do Memorial Aldeia da Memória Indígena, o cemitério indígena, e a preocupação legítima do prefeito David Almeida com a ancestralidade e a herança cultural de nossa terra e nossa gente”.
O curador da terceira mostra desde a primeira edição é o professor doutor João Paulo Tucano, antropólogo, ele relembrou que a experiência no mundo da arte indígena começou de forma inesperada e profundamente marcante.
“Nunca poderia imaginar que a arte fosse uma força tão poderosa capaz de derrubar os muros dos preconceitos, pavimentar novos trilhos e desvelar perspectivas renovadas na teia da existência humana”, escreveu em sua mensagem exposta na mostra.
Após a cerimônia de abertura foi realizado um desfile de moda indígena que integra o programa Arte & Vida do plano de governo da gestão David Almeida.
A mostra coletiva está em sua terceira edição e já revelou artistas indígenas locais em nível nacional e internacional.
O grupo de estilistas e artesãs responsáveis pela parte de moda indígena é formado pelas artistas Seanny Oliveira (Munduruku), Mercedes Brandão (Tukano), Natália Dique (Tikuna) e Elisângela Oliveira (Apurinã).
A estilista e artista visual, Seanne Oliveira, do povo Munduruku, destaca o acolhimento da Prefeitura ao longo das três edições da mostra de arte indígena, um espaço que agrega valores da ancestralidade.
“Vejo os desafios e evolução no âmbito da pintura e moda, galgando passos firmes para a concretização de habilidades de cada artista. Penso que em um futuro próximo teremos mais parentes participando deste evento tão maravilhoso que a prefeitura nos proporcionou”, diz a artista que expõe dois quadros e vestimenta na mostra.