O promotor também solicitou a absolvição de três réus no processo por falta de provas suficientes.
O Ministério Público do Amazonas (MPAM) solicitou a condenação de Cleusimar Cardoso, mãe da Djidja Cardoso, e de Ademar Cardoso, irmão da vítima, além de outras cinco pessoas, por tráfico de drogas e associação para o tráfico. Djidja foi encontrada morta no final de maio deste ano, em Manaus, e as investigações apontam que a causa da morte pode ter sido uma overdose de cetamina.
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A defesa dos acusados, até o momento, não se pronunciou sobre as acusações. Segundo a polícia, a família de Djidja é responsável pela criação do grupo religioso “Pai, Mãe, Vida”, que promovia o uso indiscriminado de uma droga sintética conhecida por seus efeitos alucinógenos e potencial de causar dependência.
Entre os presos estão funcionários de uma rede de salões de beleza da família, um coach e o proprietário e sócio de uma clínica veterinária, suspeita de fornecer a substância ao grupo.
Em junho, o promotor André Virgílio Betola Seffair apresentou a denúncia formal contra os envolvidos, alegando que Cleusimar Cardoso estava no centro do esquema de tráfico.
“A acusada Cleusimar Cardoso Rodrigues, que é genitora de Dilamar e do acusado Ademar, passou a fazer a aquisição de medicamento sob controle especial/psicotrópica (Cetamina), em quantidades relevantes, com fito de fazer a distribuição da substância em rede de salões de beleza de sua propriedade (Belle Femme), oportunidade em que fornecia seringas com Cetamina para funcionários, bem como para seus próprios filhos (Dilamar e Ademar)”, declarou Seffair.
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Além das acusações de tráfico, o promotor também afirmou que o ex-namorado de Djidja, Bruno Roberto da Silva, teria incentivado Cleusimar a continuar no caminho de uma falsa busca espiritual, usando a substância.
Outra grave acusação recai sobre Ademar Cardoso, que, segundo o MP, teria abusado sexualmente uma ex-namorada sob o efeito da cetamina.
De acordo com Seffair, “provou-se que o acusado Ademar, de posse de seringas contendo Cetamina, as aplicava na vítima em quantidade suficiente para deixá-la em transe, aproveitando-se para praticar sexo não consentido”.
O promotor, no entanto, pediu que essa acusação seja apurada em um processo separado, por falta de provas suficientes nos autos atuais.
A Justiça já manteve a prisão preventiva de Cleusimar, Ademar e outros três envolvidos, que seguem respondendo às acusações de tráfico de drogas. O caso continua a ser acompanhado pelas autoridades.
Veja quem são os réus que o MP pediu a condenação:
- Cleusimar Cardoso Rodrigues (mãe de Djidja): denunciada por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Ademar Farias Cardoso Neto (irmão de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- José Máximo Silva de Oliveira (dono de uma clínica veterinária que fornecia a cetamina): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Sávio Soares Pereira (sócio de José Máximo na clínica veterinária): denunciado por tráfico de drogas e associação para o tráfico;
- Hatus Moraes Silveira (coach que se passava por personal da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas e associação pra o tráfico;
- Verônica da Costa Seixas (gerente de uma rede de salões de beleza da família de Djidja): denunciado por tráfico de drogas;
- Bruno Roberto da Silva Lima (ex-namorado de Djidja): também denunciado por tráfico de drogas.
Ainda nas alegações finais, o promotor também pediu a absolvição de três réus, alegando ausência de provas suficientes para a condenação. São eles:
- Marlisson Vasconcelos Dantas (cabeleireiro em uma rede de salões de beleza da família de Djidja);
- Claudiele Santos Silva (maquiadora em uma rede de salões de beleza da família de Djidja);
- Emicley Araújo Freitas (funcionário da clínica veterinária de José Máximo).