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Meio Ambiente

MPF pede suspensão do licenciamento das obras na BR-319 entre Manaus e Porto Velho

Carretas e ônibus atolados na BR-319 — Foto: Divulgação
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O pedido inclui a exigência de um plano de mapeamento das comunidades afetadas em um raio de 40 km ao redor da rodovia. 

Nesta última quinta-feira (14), o Ministério Público Federal (MPF) ingressou com uma ação civil pública solicitando a suspensão imediata da análise e emissão de licenças ambientais pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis​​ (Ibama) para a repavimentação do trecho central da BR-319.

A rodovia conecta Manaus (AM) a Porto Velho (RO) e é considerada essencial para a integração da região.

MPF quer suspensão de obras em trecho da BR-319, que liga AM a RO. — Foto: Divulgação

Na ação protocolada, o MPF afirma que o direito à consulta prévia, livre e informada das comunidades indígenas e tradicionais impactadas pela obra não foi respeitada, conforme prevê a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) .

O pedido inclui a exigência de que o Ibama, a União e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) elaborem um plano de mapeamento das comunidades afetadas em um raio de 40 km ao redor da rodovia.

Além disso, é solicitada a criação de um plano de consulta específico, desenvolvido em conjunto com as comunidades e respeitando os protocolos próprios.

De acordo com o ministro dos Transportes, Renan Filho, há espaço para a realização do projeto com sustentabilidade – Foto: Divulgação/DNIT

De acordo com o MPF, a ausência de consulta representou uma “invisibilização” das comunidades tradicionais da região, que é considerada a entrada para a chamada “Amazônia Profunda”, área de alta relevância ambiental e florestal.

Em agosto de 2024, uma área recebeu focos de calor em 33 terras indígenas e 24 unidades de conservação monitoradas, reforçando os impactos ambientais enfrentados.

A procuradora responsável pelo caso destacou que a proteção das comunidades tradicionais e indígenas é indispensável para a preservação da Amazônia e para a garantia de direitos fundamentais”.

O MPF solicita que a ação seja tratada como um processo estrutural, exigindo a criação de cronogramas e planos integrados entre os órgãos responsáveis, sob mediação judicial.

Caso não haja cumprimento das medidas, o MPF pede a nulidade do Termo de Referência da Funai, aplicação de multa diária e publicações no valor de R$ 20 milhões por dano moral coletivo.

 

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