Formar empreendedores e apoiar o desenvolvimento de negócios sustentáveis. Essa é uma das missões da Fundação Amazônia Sustentável (FAS) que, por meio do Programa de Empreendedorismo e Negócios Sustentáveis da Amazônia (Pensa), desenvolve uma série de ações estratégicas que visam apoiar pessoas e oportunizar recursos para desenvolver negócios sustentáveis em Manaus (AM) e em Unidades de Conservação (UCs) no interior do Amazonas.
Por meio do Pensa, a FAS dá suporte aos empreendedores amazônicos com formação e capacitação gratuitos em temas que vão da educação financeira à gestão de negócios, apoio ao desenvolvimento de negócios sustentáveis por meio da incubadora da instituição, acesso a microcrédito, entre outras ações.
Na avaliação do gerente do Pensa, Wildney Mourão, os resultados obtidos pelo programa em 2022 foram positivos. “Conseguimos dar concretude à nossa estratégia programática. Os resultados alcançados pela incubadora de negócios da FAS com a conquista de uma certificação nacional nos colocam como primeiro ambiente de inovação do terceiro setor, habilitado a desenvolver negócios sustentáveis na Amazônia. Outro destaque muito importante é o conjunto de soluções, implementadas junto à cadeia de serviços do Turismo. O ecossistema de empreendedores recebeu apoio técnico muito especial, em temas como marketing digital, gestão financeira, desenvolvimento de produtos turísticos e ações de acesso ao mercado, tudo isso para pavimentar a retomada econômica pós-pandemia”, afirma.
Incubadora de negócios
Primeiro do terceiro setor, a Incubadora de Negócios Sustentáveis da FAS recebeu em 2022 certificação concedida pelo Centro de Referência para Apoio a Novos Empreendimentos (Cerne) da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec) em parceria com o Sebrae. Agora, o método de gestão da incubadora tem reconhecimento e validação nacional, o que comprova a sua capacidade de gerar e promover empreendimentos inovadores e bem-sucedidos nas UCs da Amazônia profunda. Desde 2017 ao lado da FAS, a SAP Brasil é parceira da incubadora de negócios e garante apoio financeiro e mentoria aos empreendedores da região.
Turismo
Os 24 empreendimentos turísticos apoiados pela instituição alcançaram um faturamento de R$ 5,4 milhões, com a passagem de 3.120 turistas nos locais. A FAS também qualificou 51 pessoas nas cadeias de artesanato e turismo. Uma das ações de destaque de capacitação em turismo foi a Jornada de Marketing Digital que, ao longo de quatro meses, envolveu 15 jovens ribeirinhos de seis empreendimentos turísticos de UCs para ensinar como utilizar as plataformas digitais de forma eficiente e cativar o público que vai em busca de uma experiência de turismo amazônico.
Ainda no campo do turismo, a Incubadora de Negócios da FAS graduou seu primeiro empreendimento: a Pousada do Garrido, localizada na comunidade Tumbira, na zona rural do município de Iranduba (a 80 km de Manaus). O empreendimento turístico aumentou seu faturamento em aproximadamente cinco vezes, saltando de R$ 86 mil em 2020 para R$411 mil em 2022.
Artesanato e economia criativa
Os empreendimentos de artesanato e economia criativa apoiados pela FAS tiveram um faturamento bruto de R$ 563 mil em 2022. O resultado é reflexo das ações da fundação, que qualificou 51 pessoas na cadeia produtiva do artesanato, inclusive com a realização do Laboratório de Economia Criativa na comunidade Três Unidos, situada na APA Rio Negro, em março de 2022.
Já o Jirau da Amazônia, marketplace no e-commerce da Americanas em parceria com comunidades tradicionais, a FAS e Associação Zagaia, teve um faturamento bruto de R$ 52 mil em 2022, com mais de 270 produtos de artesanato vendidos. O marketplace reúne produtos feitos por aproximadamente 340 artesãos de 20 comunidades tradicionais do Amazonas e tem 100% do lucro revertido para projetos de parceiros locais.
Finanças sustentáveis
A FAS também proporciona educação financeira para potenciais empreendedores e oportuniza o acesso a crédito aos empreendimentos informais e formais das cadeias produtivas da bioeconomia amazônica. Em 2022, foram R$ 124.341 em operações de crédito, sendo 53% para empreendimentos de artesanato, 31,5% para o comércio e 15,2% para empreendimentos de turismo.
Outro destaque importante foi a participação da FAS como co-realizadora do Festival de Investimento de Impacto e Negócios Sustentáveis da Amazônia FIINSA, um evento que reuniu empreendedores, investidores, organizações da sociedade civil e outros atores que integram o ecossistema de impacto na região e debateram caminhos, oportunidades e desafios para o desenvolvimento do ecossistema de impacto amazônico, a bioeconomia e o futuro da maior floresta tropical do planeta.
Piraruclub
Também vale ressaltar o lançamento do Piraruclub, primeiro clube de compra sustentável de pirarucu manejado da Amazônia. O modelo de comercialização apresenta uma plataforma de assinatura anual para compra do pescado, por meio de combos de pirarucu elaborados sob medida, com cortes especiais, garantia de entrega e qualidade do produto final, além de um conjunto de benefícios e vantagens para os associados. As cotas exclusivas são voltadas para restaurantes, hotéis e empórios.
A iniciativa da FAS em parceria com a Associação dos Moradores e Usuários da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Mamirauá Antônio Martins vai beneficiar 200 famílias em 25 comunidades ribeirinhas do estado. Entre os assinantes do Piraruclub, estão a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes Seccional Amazonas (Abrasel Amazonas) e o Amazonas Cluster de Turismo.
Sobre a FAS
Fundada em 2008 e com sede em Manaus/AM, a Fundação Amazônia Sustentável (FAS) é uma organização da sociedade civil e sem fins lucrativos que dissemina e implementa conhecimentos sobre desenvolvimento sustentável, contribuindo para a conservação da Amazônia. A instituição atua com projetos voltados para educação, empreendedorismo, turismo sustentável, inovação, saúde e outras áreas prioritárias. Por meio da valorização da floresta em pé e de sua sociobiodiversidade, a FAS desenvolve trabalhos que promovem a melhoria da qualidade de vida de comunidades ribeirinhas, indígenas e periféricas da Amazônia.