Anúncio surpreende em Programa de Auditório.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro surpreendeu ao anunciar o adiantamento do Natal para o dia 1º de outubro durante um programa de auditório na noite de segunda-feira (2).
“Está chegando em setembro e se diz: ‘Setembro já cheira a Natal’. E por isso, este ano, em homenagem a vocês, vou decretar o adiantamento do Natal para 1º de outubro“, declarou Maduro à plateia, exaltando que a celebração trará “paz, felicidade e segurança“.
A decisão de adiantar as celebrações ocorre em um contexto de crescente tensão política no país. Após as eleições presidenciais de 28 de julho, a reeleição de Maduro foi amplamente questionada pela oposição e pela comunidade internacional, que colocam em dúvida a legitimidade do processo eleitoral.
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Maduro já recorreu à antecipação do Natal em outras ocasiões, geralmente em momentos críticos para seu governo.
Em 2020, durante a pandemia, o presidente adiantou as festividades para 15 de outubro, alegando que o objetivo era “trazer alegria ao povo“. Na ocasião, foram liberados recursos para a compra de brinquedos, em uma tentativa de amenizar o descontentamento social.
Em 2013, logo após a morte de Hugo Chavez e em meio a uma eleição presidencial contestada, Maduro decretou que o Natal começaria em 1º de novembro. Maduro justificou a medida como um desejo de “derrotar a amargura” e promover “felicidade e paz para todo o mundo“.
Uma estratégia de distração?
Para muitos, as antecipações das celebrações natalinas são vistas como uma tentativa de desviar a atenção dos problemas políticos e econômicos enfrentados pelo país.
Em um momento de instabilidade crescente, a decisão de Maduro parece mais uma manobra para acalmar as tensões internas e projetar uma imagem de normalidade e controle.
Com a oposição clamando por transparência e boa parte da população em dificuldades, a festa de Natal em outubro parece, para muitos, uma celebração fora de sintonia com a realidade.