O aumento em 2024 foi atribuído ao maior número de registros no interior
Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), houve um aumento de 47% nas denúncias de estupro de vulnerável em 2024. No Amazonas, neste mesmo ano, foram realizadas 358 prisões por crimes sexuais contra crianças e adolescentes.
De janeiro a dezembro, foram registradas 1.552 vítimas.
Das 358 prisões efetuadas, 201 foram resultado das ações da Depca, enquanto as outras 157 foram no interior, por meio do trabalho do DPI.
De acordo com a titular da unidade especializada, delegada Juliana Tuma, as investigações têm início a partir de denúncias feitas por familiares, vizinhos ou pelas próprias vítimas e envolvem um trabalho estreito com o Ministério Público e o Judiciário.
“Cada prisão dessas não representa apenas um número, ela representa uma vida salva, uma família amparada, uma família protegida. Reflete também um esforço, uma cooperação dos órgãos de proteção, não apenas da Polícia Civil e da Polícia Militar, mas uma ação integrada das Forças de Segurança, envolvendo também os outros atores da rede de proteção”, afirmou Tuma.
Após o registro da ocorrência, os policiais civis iniciam a apuração dos fatos, ouvindo testemunhas, colhendo provas e realizando diligências para capturar os suspeitos.
Atuação no interior
Segundo o delegado, Paulo Mavignier, as operações têm se concentrado em identificar e prender traficantes, abusadores e aliciadores que, muitas vezes, atuam nas comunidades mais afastadas. Além do trabalho de conscientização para alertar a população sobre os perigos e as medidas preventivas para proteger os menores.
Orientação e denúncia
A Depca orienta que, além de fazer a denúncia, é fundamental adotar medidas preventivas para proteger crianças e adolescentes. A delegada titular, Juliana Tuma, destaca a importância de manter um diálogo constante com as crianças e adolescentes.
“Os pais precisam fazer uma vigilância constante, o monitoramento. E quando falamos de monitoramento, é importante perguntar: Se meu filho está sozinho em uma praça, em uma área pública, ele está sozinho na internet e o que ele está consumindo? São crianças completamente soltas no mundo da internet, que é um ambiente totalmente perigoso. E sempre perguntamos aos pais: Você deixaria seu filho sozinho em uma praça às 3h da madrugada? Então, por que deixa ele sozinho na internet?”, explicou.
A Polícia Civil também reforça a importância da colaboração da sociedade no combate aos crimes sexuais contra crianças e adolescentes. Qualquer suspeita de abuso ou exploração sexual deve ser denunciada pelos canais oficiais, como o Disque 100, 190, 181 e as delegacias da área.