Somente neste ano, já foram registrados 7,5 mil casos da doença em todo o território nacional.
Um novo tratamento contra a malária falciparum direcionado especificamente para crianças, especialmente aquelas da comunidade indígena Yanomami, vai ser oferecido pelo Ministério da Saúde.
O medicamento, conhecido como ASMQ (artesunato + mefloquina), é produzido no Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos), uma unidade da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Essa nova abordagem terapêutica consiste em um tratamento oral, administrado durante três dias, com uma dose única diária.
O medicamento já está disponível para adultos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sendo indicado para casos agudos da doença. Somente no ano passado, foram produzidas 254,4 mil unidades do ASMQ.
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Desenvolvida inteiramente nas instalações de Farmanguinhos, a formulação do ASMQ é considerada a mais eficaz no combate à malária causada pelo parasita Plasmodium falciparum. A combinação de cloridrato de mefloquina e artesunato, que anteriormente eram administrados separadamente no tratamento da doença, resulta em índices reduzidos de efeitos colaterais, maior adesão por parte dos pacientes e utilização de doses menores de comprimidos, o que possibilita uma recuperação mais rápida.
Enquanto na terapia convencional, baseada em quinino, um adulto pode precisar ingerir até 24 cápsulas diariamente, com o ASMQ, são apenas seis comprimidos, em dose fixa. Para as crianças, que são as principais vítimas da malária, o medicamento é disponibilizado na forma líquida.
A malária é considerada uma situação de emergência em saúde pública pelo Ministério da Saúde. Somente neste ano, já foram registrados 7,5 mil casos da doença em todo o território nacional.