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Polícia Federal realiza operação contra ex-membros da alta cúpula do governo do Amazonas

A operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão. - Foto: Divulgação/PF
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As investigações apuram suspeita de manipulação nas eleições municipais em Parintins, interior do Amazonas. 

Na manhã desta quinta-feira (3), a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação ‘Tupinambarana Liberta’, que investiga ex-membros da alta cúpula do governo do Amazonas por suspeita de manipulação nas eleições municipais de Parintins.

Entre os investigados, estão o ex-secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o ex-diretor presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Valle, e o ex-secretário de Estado de Administração, Fabrício Barbosa.

O ex-comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), tenente-coronel Jackson Ribeiro e capitão Guilherme Navarro, chefe do setor de inteligência da Rocam também são alvos da operação. Ambos não foram localizados pela PF.

Após serem filmados em uma reunião suspeita de favorecer a candidata Brena Dianná, do União Brasil, em Parintins, os investigados foram exonerados no fim da tarde desta quarta-feira (2).

A medida foi tomada em resposta a recomendações do Ministério Público do Estado (MPAM), que abriu um Inquérito Civil para investigar o caso.

Segundo a PF, a operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus. Até o momento, ninguém foi preso.

Policiais estiveram em um apartamento localizado na avenida Darcy Vargas, bairro Parque 10, e em um condomínio situado no bairro Adrianópolis. – Foto: Divulgação/PF

A Justiça Eleitoral também determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do município.

De acordo com Comando Geral da Polícia Militar do Amazonas (PMAM), os PMs envolvidos serão apresentados na sede da Polícia Federal para prestar esclarecimentos.

Armando do Valle, Marcos Apolo Muniz e Fabrício Barbosa foram levados à sede da PF.

Vídeo da reunião

O vídeo, gravado na casa de Adriane Cidade, prima e ex-assessora do deputado estadual licenciado Roberto Cidade (União Brasil), mostra uma reunião entre os alvos, onde admitem que compraram votos em eleições passadas.

Além disso, os ex-secretários e os dois PMs assumem que seguiram viaturas da Polícia Federal nas eleições para praticar crimes longe dos agentes e que vão trazer bandidos envolvidos com milícias e crime organizado à cidade para serem presos em uma operação “forjada” pela polícia.

A reunião aconteceu na casa de Adriane Cidade, também investigada pela PF. – Foto: Reprodução

Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades.

Segundo a PF, aliado a isso, foram colhidos indícios acerca da possível inércia de agentes públicos para coibir tais ameaças em prol de uma candidatura à Prefeitura de Parintins.
A PF deve ouvir os investigados para esclarecer a relação do grupo com os fatos apurados nas investigações.

Nota do Governo

“O Governo do Amazonas informa que, diante dos fatos recentes e para que a Justiça possa realizar o trabalho de investigação que julgar necessário, o governador Wilson Lima está exonerando Fabrício Rogério Cyrino Barbosa e Marcos Apolo Muniz de Araújo, dos cargos de Secretário de Estado de Administração e Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, respectivamente; e Armando Silva do Valle, do cargo de diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama).

O Governo do Estado reforça que, além de garantir a lisura das investigações, o ato tem como objetivo permitir que os citados se defendam de forma isonômica e justa. Ao final do processo legal de investigação, em se comprovando a inocência das partes, os mesmos retornam aos cargos.

Por fim, seguindo recomendação do Ministério Público do Estado (MPE-AM), o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, exonerou o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos do cargo de Comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, que integrava a Companhia de Operações Especiais (COE), que passam a realizar funções administrativas até o fim das investigações.”

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