As investigações apuram suspeita de manipulação nas eleições municipais em Parintins, interior do Amazonas.
Na manhã desta quinta-feira (3), a Polícia Federal (PF) deflagrou a operação ‘Tupinambarana Liberta’, que investiga ex-membros da alta cúpula do governo do Amazonas por suspeita de manipulação nas eleições municipais de Parintins.
Entre os investigados, estão o ex-secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, Marcos Apolo Muniz, o ex-diretor presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama), Armando do Valle, e o ex-secretário de Estado de Administração, Fabrício Barbosa.
O ex-comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam), tenente-coronel Jackson Ribeiro e capitão Guilherme Navarro, chefe do setor de inteligência da Rocam também são alvos da operação. Ambos não foram localizados pela PF.
Após serem filmados em uma reunião suspeita de favorecer a candidata Brena Dianná, do União Brasil, em Parintins, os investigados foram exonerados no fim da tarde desta quarta-feira (2).
A medida foi tomada em resposta a recomendações do Ministério Público do Estado (MPAM), que abriu um Inquérito Civil para investigar o caso.
Segundo a PF, a operação mobiliza aproximadamente 50 policiais federais que cumprem cinco mandados de busca e apreensão em locais identificados durante as investigações em Manaus. Até o momento, ninguém foi preso.
A Justiça Eleitoral também determinou a proibição do acesso dos investigados à cidade de Parintins e a proibição de contato dos investigados entre si e com coligações partidárias do município.
Armando do Valle, Marcos Apolo Muniz e Fabrício Barbosa foram levados à sede da PF.
Vídeo da reunião
O vídeo, gravado na casa de Adriane Cidade, prima e ex-assessora do deputado estadual licenciado Roberto Cidade (União Brasil), mostra uma reunião entre os alvos, onde admitem que compraram votos em eleições passadas.
Além disso, os ex-secretários e os dois PMs assumem que seguiram viaturas da Polícia Federal nas eleições para praticar crimes longe dos agentes e que vão trazer bandidos envolvidos com milícias e crime organizado à cidade para serem presos em uma operação “forjada” pela polícia.
Durante as investigações, surgiram indícios de ameaças de líderes comunitários ligados a uma facção criminosa nacional de tráfico de drogas proibindo o acesso de candidatos à prefeitura a certos bairros, bem como vedação de circulação em determinadas localidades.
Nota do Governo
“O Governo do Amazonas informa que, diante dos fatos recentes e para que a Justiça possa realizar o trabalho de investigação que julgar necessário, o governador Wilson Lima está exonerando Fabrício Rogério Cyrino Barbosa e Marcos Apolo Muniz de Araújo, dos cargos de Secretário de Estado de Administração e Secretário de Estado de Cultura e Economia Criativa, respectivamente; e Armando Silva do Valle, do cargo de diretor-presidente da Companhia de Saneamento do Amazonas (Cosama).
Por fim, seguindo recomendação do Ministério Público do Estado (MPE-AM), o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, exonerou o tenente-coronel Jackson Ribeiro dos Santos do cargo de Comandante das Rondas Ostensivas Cândido Mariano e o capitão Guilherme Navarro Barbosa Martins, que integrava a Companhia de Operações Especiais (COE), que passam a realizar funções administrativas até o fim das investigações.”