A expectativa de especialistas é que, com a chegada do período chuvoso nos próximos meses, os níveis dos rios comecem a se recuperar.
O Rio Negro, em Manaus, começa a dar sinais de recuperação após enfrentar a pior seca desde o início dos registros, em 1902. Depois de atingir o recorde histórico de 12,11 metros, o nível mais baixo já registrado, o rio voltou a subir, com um aumento de dois centímetros nos últimos dois dias, alcançando a marca de 12,13 metros nessa segunda-feira (14).
O aumento foi gradual, com um centímetro de elevação registrado tanto no domingo (13) quanto na segunda-feira.
Esse leve crescimento acontece após três dias de estabilidade no nível do rio, que se manteve em 12,11 metros desde a última quinta-feira (10), interrompendo um ciclo de 104 dias de queda contínua nas águas do Rio Negro.
A seca extrema, que já havia sido prevista como uma das mais severas, forçou a Prefeitura de Manaus a declarar estado de emergência por 180 dias, afetando diretamente as atividades econômicas e sociais da cidade.
A Praia da Ponta Negra, um dos principais pontos turísticos, foi interditada após o nível do rio cair abaixo da cota mínima de segurança de 16 metros.
A situação crítica não se limita à capital. Em Manacapuru, o Rio Solimões enfrenta a pior seca da sua história, atingindo a marca de 2,06 metros no último sábado (12).
Apesar de um leve aumento de um centímetro no domingo (13), o nível do rio permaneceu estável em 2,07 metros nessa segunda-feira.
No Alto Solimões, a situação foi ainda mais grave. Em Tabatinga, o rio registrou uma cota negativa histórica no final de setembro, com o nível atingindo -2,54 metros no dia 26.
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O período de seca no Amazonas teve início de forma antecipada em 2024, com a descida dos rios começando em 17 de junho, mais cedo do que o habitual. Geralmente, a seca na região ocorre entre o fim de junho e o início de julho, mas este ano, a estiagem prolongada e a falta de chuvas intensificaram o cenário crítico.
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Atualmente, todos os 61 municípios do estado estão em estado de emergência devido à vazante dos rios. De acordo com a Defesa Civil, as calhas dos principais rios do estado estão em níveis críticos, e o cenário é agravado pela falta de chuvas, que impede uma recuperação mais rápida dos níveis de água.
O Amazonas enfrenta a segunda pior seca consecutiva, e a expectativa de especialistas é que, com a chegada do período chuvoso nos próximos meses, os níveis dos rios comecem a se recuperar, embora a situação deva permanecer delicada por algum tempo.