Presidente Lula considera situação insustentável e determina saída do ministro.
O ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, foi demitido do cargo após denúncias de assédio sexual divulgadas pela ONG Me Too Brasil.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou a decisão após uma reunião no Palácio do Planalto, afirmando que as acusações tornaram a permanência de Almeida “insustentável“.
“A manutenção do ministro no cargo é insustentável, considerando a natureza das acusações de assédio sexual”, declarou o Planalto em nota oficial.
A existência das denúncias foi revelada pelo portal Metrópoles e confirmada pela ONG, que combate a violência sexual.
Segundo informações da jornalista Daniela Lima, da GloboNews, membros da equipe de Lula já estavam cientes de relatos sobre a conduta de Almeida desde o ano passado.
A Comissão de Ética da Presidência da República abriu um procedimento de apuração sobre o caso, dando a Almeida um prazo de 10 dias para apresentar defesa.
A Comissão é responsável por garantir o cumprimento do Código de Conduta da Alta Administração, fiscalizando o comportamento de servidores de alto escalão.
Almeida foi convocado para prestar esclarecimentos ao controlador-geral da União, Vinícius Carvalho, e ao advogado-geral da União, Jorge Messias.
A Polícia Federal também anunciou que abrirá um inquérito para investigar as denúncias.
Silvio Almeida nega as acusações, classificando-as como “mentiras sem provas“.
Almeida ainda entrou com um pedido de interpelação judicial contra a ONG Me Too Brasil, exigindo detalhes sobre as denúncias e o encaminhamento dado pela organização às informações recebidas.
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Em declaração à imprensa, Lula afirmou que “alguém que pratica assédio não vai ficar no governo“, mas destacou que é necessário garantir o direito à defesa e a presunção de inocência.
“Eu só tenho que ter o bom senso de que é preciso que a gente permita o direito à defesa, a presunção de inocência, ele tem o direito de se defender“, disse o presidente à Rádio Difusora, de Goiânia.