O teste do BRCA analisa o DNA para identificar alterações prejudiciais em qualquer um dos dois genes de suscetibilidade ao câncer de mama – BRCA1 e BRCA2.
Os testes genéticos podem mapear o DNA permitindo analisar alterações genéticas e risco de desenvolver o câncer de mama ou de colo do útero durante a vida.
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), apenas no Brasil, para o triênio de 2023 a 2025, há um risco estimado de 66,54 casos novos de câncer de mama a cada 100 mil mulheres. Dentre estes, 5 a 10% possuem condições genéticas e hereditárias como fator de risco.
O teste do BRCA analisa o DNA para identificar alterações prejudiciais em qualquer um dos dois genes de suscetibilidade ao câncer de mama – BRCA1 e BRCA2.
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BRCA
O teste do gene BRCA, abreviatura de Breast Cancer gene 1 ou 2, é oferecido àqueles com probabilidade de ter uma mutação herdada com base no histórico pessoal ou familiar de câncer de mama ou câncer de ovário.
Um resultado positivo significa que o paciente carrega uma alteração genética que aumenta seu risco de câncer e deve se aconselhar com seu médico para gerenciar esse risco.
Em 2013, a atriz Angelina Jolie realizou os testes antes de decidir retirar as mamas e os ovários, descobrindo que tinha aproximadamente 87% de chance de desenvolver um câncer até os 50 anos.
A cirurgia preventiva de retirada e reconstituição das mamas reduziu de 90% a 95% o risco de doença aparecer.
Para maior precisão dos resultados dos exames, é importante que o parente que teve câncer também passe pelo teste. O exame é feito com amostra de sangue ou de saliva da paciente.
O médico Gerson Mourão, diretor-presidente da Fundação de Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), explicou à Rede MLC, os benefícios do teste genético.
De acordo com o especialista, uma mulher que não tem alteração nesse gene, se viver até os 80 anos de idade, tem 12% de possibilidade de desenvolver a doença. Já para quem possui esta mutação, a chance sobe para os 80%.
“A vantagem deste exame é que existe 10% da nossa população que tem alteração nesse gene e, quando você descobre quem tem, você está salvando essa pessoa”.
“Com este teste, eu diria, que estaríamos trabalhando com a medicina de precisão. Você, basicamente, identifica as pessoas, faz os procedimentos necessários e evita tratamentos caros, cirurgias caras, radioterapia, entre outros”, completou o mastologista.
O diretor-presidente da FCecon foi um dos nove especialistas do Brasil escolhidos para participar da definição de políticas públicas para o acesso a teste genético relacionado ao câncer de mama e ovário no SUS.
Brazilian Breast Cancer Symposium – BBCS
Gerson Mourão participou, nesta semana, em Brasília, da 13ª edição do Brazilian Breast Cancer Symposium 2024 (BBCS), o maior evento com atualização sobre mastologia no país.
O BBCS é um evento onde pesquisadores e profissionais que lidam com o câncer de mama se reúnem para discutir e apresentar o que há de atual no combate à doença.
Atualmente, é considerado o maior evento de pesquisa sobre câncer de mama da América Latina.
Nesta edição, nove especialistas do Brasil escolhidos para participar, apresentaram um projeto para definir políticas públicas que possibilitem o acesso ao testes genéticos relacionados ao câncer de mama e ovário no SUS.
“Nós montamos todo esse projeto e apresentamos no BBCS, com a finalidade de pegar um grupo seleto de mulheres, em torno de 10% delas, que fatalmente vão desenvolver um câncer e com este teste, prevenir o avanço desta doença”, disse Gerson Mourão sobre o evento.
Há 13 anos, a BBCS também consolida importantes parcerias nacionais e internacionais com indústrias renomadas no avanço e fortalecimento da tecnologia e da ciência.