Oposição e especialistas apontam falta de investimentos.
A capital Caracas e várias outras regiões da Venezuela foram atingidas por um apagão de energia elétrica na noite de terça-feira (27). O governo atribuiu o ocorrido a um “ataque terrorista” contra uma linha de transmissão, enquanto a oposição e especialistas defendem que a falta de investimentos no sistema elétrico é a verdadeira causa.
O ministro do Interior da Venezuela, Diosdado Cabello, declarou em entrevista à rede estatal VTV que, às 19h16, ocorreu um ataque terrorista contra o serviço nacional de eletricidade, afetando diversos estados do país.
O incidente atingiu as regiões de Táchira, Mérida, Barinas, Zulia, Falcón, Nueva Esparta, além de áreas de La Guaira, Miranda e Caracas.
Segundo Cabello, o ataque foi direcionado à linha de transmissão 756, situada no Vale da Páscoa, estado de Guárico, e causou impactos significativos na costa ocidental e em parte da zona central da Venezuela.
- Leia mais: Nicolás Maduro prende mais de 1.200 pessoas após protestos eleitorais
- Será que Maduro venceu as eleições? Oposição contesta resultados
Cabello disse que o governo está trabalhando para recuperar o sistema e reforçou que se tratava de um “ataque terrorista” promovido por “setores da oposição” com o intuito de “afetar a população“, mas não apresentou provas para sustentar essa acusação.
Oposição e especialistas contestam versão do governo
O episódio gerou reações imediatas nas redes sociais, onde venezuelanos relataram falhas elétricas em pelo menos 15 estados, incluindo Lara, Nueva Esparta, Carabobo, Mérida, Anzoátegui, Trujillo, Cojedes, Falcón, Aragua, Bolívar, Yaracuy e Caracas.
Para a oposição e especialistas consultados pela agência EFE, o apagão é reflexo da falta de manutenção e de investimentos no sistema elétrico nacional, agravado por anos de negligência.
O governo Maduro, porém, tem uma postura diferente e, historicamente, atribui as falhas elétricas a “ataques programados“, acusando a oposição, os Estados Unidos e as sanções internacionais como responsáveis.
Diante da situação, Cabello pediu aos venezuelanos que se mantenham vigilantes e denunciem qualquer “situação anormal“.