O Brasil é o sexto maior mercado do X, com 21,5 milhões de usuários.
No início deste sábado (31), o “X“ começou a ficar indisponível no Brasil, após determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
A decisão foi iniciada a partir da intimação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e das empresas que prestam serviços de internet no país.
A medida permanecerá em vigor até que a empresa cumpra as decisões judiciais, pague as multas pendentes, que já somam R$ 18,3 milhões, e indique um representante legal no Brasil.
A decisão também inclui a aplicação de multa de R$ 50 mil para usuários ou empresas que tentarem acessar a plataforma utilizando redes VPN (Virtual Private Network).
Em resposta à decisão, Musk utilizou a própria rede social X para criticar o ministro Alexandre de Moraes, afirmando que “a liberdade de expressão é a base da democracia e um pseudo-juiz não eleito no Brasil está destruindo-a para fins políticos”.
O Brasil, que é o sexto maior mercado do X, com 21,5 milhões de usuários, segundo dados da plataforma Statista, se torna mais um cenário de uma batalha que já dura meses entre Musk e o STF.
Em meio à crise, o X fechou o escritório no Brasil no dia 17 de agosto e demitiu seus funcionários, embora a rede social tenha permanecido ativa até a decisão de suspensão.
Celebridades como Luciano Huck, criticou a decisão de Moraes sobre suspender o “X“.
“Sou contra o que aconteceu hoje. Acho muito ruim para o Brasil quando você mistura o Judiciário, de forma tão imperativa, ao dia a dia das empresas”, disse durante participação no Seminário, promovido pelo Grupo Esfera, no Rio de Janeiro.
O são as VPNs e a dificuldade de bloqueio
As VPNs, sigla em inglês para redes privadas virtuais, são ferramentas que permitem aos usuários criar conexões seguras e encriptadas entre os dispositivos e servidores remotos, mascarando a localização e o IP original.
As VPNs possibilitam o acesso a conteúdos bloqueados em determinadas regiões, como é o caso do X no Brasil.
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Mas especialistas, alertam que bloquear todos os serviços de VPN é um grande desafio devido à diversidade de provedores e tecnologias.
Outros métodos, como a utilização de servidores DNS de fora do Brasil, também são apontados como formas alternativas de burlar bloqueios governamentais, complicando ainda mais o controle de acesso.
Outros países que bloqueiam o “X” e a repressão às VPNs
A situação no Brasil não é única. Países como China, Irã, Coreia do Norte, Rússia, Turcomenistão e Mianmar também bloqueiam o acesso ao X.
Na China, o controle é parte da estratégia do ‘Grande Firewall’, que bloqueia várias redes sociais, incluindo Instagram, Facebook e WhatsApp.
Apesar das proibições, muitos chineses usam VPNs aprovadas pelo governo para acessar essas plataformas, embora jornalistas e ativistas que criticam o Partido Comunista da China corram o risco de prisão.
Na Coreia do Norte, acessar redes sociais ou sites estrangeiros pode resultar em punições severas, como trabalhos forçados. Já em países como Nigéria, Turquia e Uganda, bloqueios temporários ao X têm sido utilizados como ferramentas de controle político.
A decisão de Moraes marca um novo capítulo na tensão entre liberdade de expressão e o cumprimento de ordens judiciais no Brasil.
Enquanto Musk alega estar defendendo direitos democráticos, o STF argumenta que as medidas são necessárias para conter ações que prejudicam o funcionamento das instituições do país.