Relatório do Observatório Cubano dos Direitos Humanos expõe o agravamento das condições de vida na ilha sob o regime de Díaz-Canel.
Um novo relatório do Observatório Cubano dos Direitos Humanos (OCDH) revelou que a pobreza extrema em Cuba alcançou 89% da população, evidenciando o agravamento de uma crise econômica e social que se arrasta há anos.
O estudo, realizado entre maio e junho de 2024, confirma que os cubanos enfrentam uma situação catastrófica, marcada pela escassez de alimentos, medicamentos e a deterioração dos serviços públicos básicos.
A crise alimentar é apontada como o principal problema que afeta a ilha, atingindo 72% da população.
A situação é tão crítica que sete em cada dez cubanos relatam não conseguir realizar uma das refeições diárias (café da manhã, almoço ou jantar) devido à falta de dinheiro ou alimentos, e apenas 15% têm acesso regular às três refeições diárias.
Além disso, a escassez de medicamentos é outro problema grave: 33% não conseguem obter remédios devido à alta nos preços ou à falta de produtos nas farmácias, com apenas 2% relatando sucesso em encontrar o que precisavam nas farmácias estatais.
Entre os fatores que agravam a crise, o relatório destaca também os apagões frequentes, que afetam 55% da população, a inflação e o aumento do custo de vida, que impactam 50%, e a precariedade da saúde pública, afeta 21% dos cubanos.
A corrupção, por sua vez, foi mencionada no relatório 20% como um dos grandes problemas estruturais do país.
Grupos vulneráveis, como idosos (78%), desempregados (44%) e presos (26%), sofrem ainda mais com a crise.
O estudo também revelou que os antigos auxílios fornecidos pelo governo cubano perderam a eficácia, deixando 61% da população sem qualquer tipo de assistência social relevante.
A desaprovação ao governo de Miguel Díaz-Canel atinge números recordes: 91% dos cubanos desaprovam a gestão econômica e social do regime, enquanto apenas 4% demonstram apoio ao governo atual.
Em contraste, 53% da população, especialmente os jovens entre 18 e 30 anos, acreditam que o modelo capitalista americano seria uma alternativa mais promissora para o futuro do país.
As entrevistas para o levantamento foram realizadas digitalmente em 78 municípios cubanos, abrangendo todas as províncias, com uma margem de erro de 2,8 pontos percentuais e um nível de confiança de 95%.
O relatório do OCDH, com sede em Madri, expõe o esgotamento da política repressiva e ineficiente de Díaz-Canel, que levou milhões de cubanos a viverem sem qualquer expectativa de um futuro melhor.