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Economia

O impacto da alta do dólar na vida dos brasileiros

O dólar comercial ultrapassou a marca de R$ 6,00 — Foto: Divulgação
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Entenda as consequências para a economia brasileira com Dean Athayade.

O dólar comercial ultrapassou a marca de R$ 6,00, atingindo R$ 6,065 na venda nesta segunda-feira (2), um recorde nominal histórico. A moeda americana subiu 1,13% no dia e alcançou R$ 6,087 na máxima, em meio a pressão geopolítica envolvendo o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, e pressões internacionais relacionadas ao pacote fiscal brasileiro.

Trump, exigiu no último sábado (30) que os países membros do Brics se comprometam a não criar uma nova moeda ou apoiar outra moeda que substitua o dólar, sob pena de sofrerem tarifas de 100%.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é um dos principais defensores, dentro dos Brics, da adoção de moeda alternativa.

O anúncio do pacote fiscal anunciado pelo governo brasileiro gerou perturbações no mercado, especialmente devido à isenção do Imposto de Renda (IR) para rendas até R$ 5 mil, o que levanta dúvidas sobre a responsabilidade fiscal.

Dólar ultrapassa R$6,00 pela 1ª vez na história com reação do mercado à reforma do IR — Foto: Divulgação

A moeda americana não para se valorizar, e a pergunta que todos se fazem é: como isso pode impactar a vida dos brasileiros? Para entender as implicações desse cenário, é necessário observar como essa alta afeta o poder de compra, o comércio e a economia de maneira geral.

Consequências para a economia brasileira

Uma das consequências mais imediatas da alta do dólar é o aumento dos preços dos produtos importados. Com a cotação do dólar mais alta, itens como eletrônicos, medicamentos e insumos industriais tornam-se mais caros.

Esses aumentos se refletem diretamente no preço final dos produtos, afetando o bolso do consumidor. Setores que dependem de matéria-prima ou tecnologia estrangeira enfrentam um encarecimento nos custos de produção.

O aumento dos preços dos combustíveis também é uma preocupação. O petróleo, que é cotado em dólar, tem o valor impactado pela variação cambial. Isso eleva os custos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, afetando diretamente o transporte e a produção de bens essenciais.

Além disso, muitos produtos agrícolas, como o trigo e o milho, cujos preços estão atrelados ao mercado internacional, também ficam mais caros, gerando um impacto adicional no custo de alimentos.

Dólar alto: alta da moeda americana encarece produtos essenciais no Brasil — Justin Sullivan/AFP

Por outro lado, há setores que se beneficiam da valorização cambial. Exportadores, como os do agronegócio e mineração, ganham competitividade no mercado externo, recebendo em dólares enquanto têm custos em reais.

O turismo interno também tende a crescer, com as viagens internacionais se tornando menos acessíveis para os brasileiros.

Em entrevista à Rede MLC, o economista Dean Athayde explicou que a recente alta do dólar se deve a uma combinação de fatores econômicos e políticos.

Dean atribuiu alta à preocupação do mercado financeiro com o pacote fiscal anunciado pelo governo Lula, que inclui a proposta de isenção do Imposto de Renda para rendas de até R$ 5 mil mensais.

“Esse tipo de medida, sem ser claro sobre como será compensada, gera desconfiança no mercado em relação à responsabilidade fiscal e ao equilíbrio das contas públicas”, afirmou Athayde.

Athayde defendeu que uma série de ações coordenadas entre o governo e o Banco Central (BC) é crucial para conter a volatilidade e estabilizar o câmbio.

“O compromisso com a responsabilidade fiscal e a redução do déficit público são fundamentais. Isso gera confiança no mercado e ajuda a reduzir a pressão sobre o câmbio”, explicou o economista.

Dean Athayde também destacou a necessidade de reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, para melhorar o ambiente de negócios no Brasil.

Outro ponto ressaltado por Athayde foi a importância do incentivo às exportações e da redução da dependência de insumos importados.

“A entrada de dólares pelo aumento das exportações e o fortalecimento da produção nacional são estratégias-chave para diminuir a vulnerabilidade cambial”, concluiu.

 

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