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Economia

Cesta básica sobe nas capitais e custa ao menos 40% do salário mínimo

O estudo, realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é feito anualmente desde 2005. - Foto: Shutterstock
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São Paulo teve a cesta básica mais cara, com um custo de R$ 851,82, o que corresponde a 60% do valor do salário mínimo, que é de R$ 1.518.

Uma pesquisa sobre os preços dos produtos essenciais nas capitais brasileiras revelou um aumento no custo da cesta básica em janeiro de 2025 em 13 das 17 cidades analisadas. A maior variação foi observada em Salvador, com alta de 6,22%, seguida por Belém (4,80%) e Fortaleza (3,96%).

Por outro lado, em quatro cidades os preços apresentaram queda: Porto Alegre (-1,67%), Vitória (-1,62%), Campo Grande (-0,79%) e Florianópolis (-0,09%). O estudo, realizado pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), é feito anualmente desde 2005.

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São Paulo teve a cesta básica mais cara, com um custo de R$ 851,82, o que corresponde a 60% do valor do salário mínimo, que é de R$ 1.518. De acordo com o levantamento, o salário necessário para que uma família de quatro pessoas mantenha o padrão de vida seria de R$ 7.156,15 em janeiro deste ano.

Um estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), publicado em dezembro, indicou que a média salarial dos trabalhadores brasileiros foi de R$ 3.279 em outubro de 2024, o último dado disponível.

O Dieese compara esses valores com a cesta básica mais cara, que foi a de São Paulo, e com o valor que o salário mínimo deveria ter para cobrir as necessidades de uma família.

Em janeiro de 2024, o valor ideal seria de R$ 6.723,41, o que representa 4,76 vezes o salário mínimo vigente. A inflação no período foi de 4,8%, conforme o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

As regiões Sul e Sudeste têm algumas das cestas mais caras. Em Florianópolis, o preço médio foi de R$ 808,75, enquanto no Rio de Janeiro foi de R$ 802,88, e em Porto Alegre, R$ 770,63.

Cidades como Curitiba (R$ 743,69), Vitória (R$ 735,31) e Belo Horizonte (R$ 717,51) completam o grupo, mas foram superadas por Campo Grande (R$ 764,24), Goiânia (R$ 756,92) e Brasília (R$ 756,03).

Nas capitais das regiões Norte e Nordeste, os valores da cesta básica ficaram abaixo da metade do salário mínimo. Em Fortaleza, o custo médio foi de R$ 700,44, em Belém R$ 697,81, e em Salvador R$ 620,23, com outras cidades nordestinas como João Pessoa e Aracaju apresentando valores semelhantes.

A pesquisa do Dieese aponta que os aumentos nos preços da cesta básica estão diretamente ligados a três itens:

  • Café, que teve alta em todas as cidades pesquisadas nos últimos 12 meses;
  • Tomate, cujos preços subiram em algumas cidades, especialmente devido às chuvas em Salvador, Belo Horizonte, Brasília e Rio de Janeiro;
  • Pão francês, que apresentou alta em 16 capitais, influenciado pela menor oferta de trigo nacional e a maior necessidade de importações em um contexto de câmbio desvalorizado.

Embora o reajuste fosse esperado para muitos itens, ele foi contido por outros alimentos, como a batata, cujos preços caíram em todas as capitais, o leite integral, que apesar de aumentos durante o ano, teve queda em 12 cidades no mês de dezembro, e o arroz e o feijão, que registraram diminuições nos últimos meses devido ao aumento da oferta desses produtos.

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