Na última sexta-feira, a moeda norte-americana caiu a R$ 5,16 enquanto Ibovespa teve alta de 0,78%, aos 114.170 pontos
O Ibovespa abriu em queda nesta segunda-feira (9), no primeiro dia de mercados abertos após o início da guerra entre Israel e Hamas. O dólar opera com volatilidade, oscilando entre altas e baixas.
O conflito tem repercussões globais nos mercados, renovando o clima de aversão ao risco. O destaque é o petróleo, que dispara quase 4% pela manhã. O barril de Brent, referência para a formação de preços da Petrobras, chegou aos US$ 87.
Além disso, a semana curta por conta do feriado do dia de Nossa Senhora de Aparecida também é marcada por divulgações importantes, como inflação no Brasil, Estados Unidos e China, além da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed, o banco central americano).
Veja abaixo o dia nos mercados
Dólar
Às 10h, a moeda norte-americana subia 0,02%, cotada a R$ 5,16.
Na última sexta-feira, o dólar fechou em baixa de 0,14%, vendido a R$ 5,16 depois de operar em alta em boa parte do pregão. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 5,22.
Com o resultado, a moeda passou a acumular:
- altas de 2,68% na semana e no mês;
- queda de 2,21% no ano.
Ibovespa
Às 10h, o Ibovespa só operava em queda de 0,32%, aos 113.807 pontos.
Na última sexta-feira, o índice fechou em alta de 0,78%, aos 114.170 pontos. Com o resultado, passou a acumular:
quedas de 1,92% na semana e no mês;
alta de 4,19% no ano.
O que está mexendo com os mercados?
O destaque deste pregão no Brasil e no mundo é a guerra entre Israel e o Hamas, após o grupo radical iniciar uma série de ataques contra o território israelense na madrugada do último sábado (7).
Informações oficiais dizem que, no terceiro dia de conflitos, já há o registro de mais de 1,2 mil mortes, entre judeus e palestinos, além de centenas de desaparecidos e feridos.
Entre todos os impactos de uma guerra, do ponto de vista dos mercados, a maior preocupação financeira é com o preço do petróleo. A região é um importante ponto logístico de passagem da commodity e o conflito deve trazer dificuldades para o transporte.
Além disso, vale destacar que o Irã, um dos maiores exportadores de petróleo do mundo, é apoiador do Hamas. Então, caso o país decida apoiar a guerra, os impactos sobre a produção e oferta da commodity podem ser ainda maiores.
Neste contexto, o preço do petróleo dispara quase 4% nos mercados nesta manhã. Essa alta gera preocupações sobre a inflação ao redor do mundo, já que o petróleo é matéria-prima essencial para diversas cadeias produtivas. Se o preço sobe, a tendência é de pressão sobre a inflação, que já está elevada em muitos países, principalmente Estados Unidos.
A cautela com a guerra também pode fazer com que o dólar avance frente a outras divisas, uma vez que essa é considerada a moeda mais segura do mundo e, em momentos de incerteza, investidores corram para ela.
No radar do mercado também está uma série de divulgações importantes que tomam conta da agenda econômica ao longo da semana.
Na quarta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que é a inflação oficial do país, de setembro.
Nos Estados Unidos, o Fed divulga ata de sua última reunião, que deve trazer novas sinalizações sobre o futuro dos juros na maior economia do mundo. Ainda na quarta, os EUA terão dados sobre a inflação ao produtor em setembro, enquanto na quinta haverá a inflação ao consumidor, assim como na China.
No cenário doméstico, o Banco Central do Brasil (BC) divulgou mais uma edição do boletim Focus — relatório que reúne as projeções de economistas do mercado financeiro para indicadores econômicos. Nesta semana, as estimativas para a taxa de câmbio para o fim de 2023 subiu de R$ 4,95 para R$ 5. Para o fim de 2024, ficou estável em R$ 5,02.
As expectativas para a inflação no final do ano que vem também subiram, passando de 3,87% para 3,88%. Para 2023, a estimativa de inflação ficou estável em 4,86%, acima da meta do BC, de 3,25%, podendo oscilar entre 1,75% e 4,75%.