A visita de Biden incluiu a designação do dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, realizou uma visita histórica à Amazônia neste último domingo (17), marcando a primeira vez que um presidente americano em exercício pisa na região. Durante sua passagem por Manaus, o democrata destacou o compromisso dos EUA com a preservação ambiental e a transição energética.
“Alguns podem tentar impedir ou atrasar a revolução da energia limpa que está em andamento nos Estados Unidos. Mas ninguém, ninguém pode reverter-la”, declarou Biden em um discurso à imprensa, feito no meio da floresta amazônica.
Ele também ressaltou que é possível conciliar o desenvolvimento econômico com a preservação ambiental.
“Amigos, não precisamos escolher entre meio ambiente e economia. Podemos fazer as duas coisas. Nós já provamos isso em casa”, disse Biden
A Casa Branca anunciou um novo financiamento de US$ 50 milhões (R$ 289,85 milhões) para o Fundo Amazônia, elevando a contribuição total americana a US$ 100 milhões (cerca de R$ 578 milhões), sujeito à aprovação do Congresso.
Além disso, Biden destacou projetos de valorização do bioma, como o Brazil Restoration & Bioeconomy Finance Coalition , que visa mobilizar US$ 10 bilhões para restauração, conservação e apoio à bioeconomia. Parte desse montante será destinada a projetos para povos indígenas e comunidades locais.
Acompanhado do secretário de Estado Antony Blinken; o conselheiro de Segurança Nacional, Jake Sullivan; e o enviado presidencial especial para o clima, John Podesta; Biden sobrevoou pela cidade de Manaus e visitou o “Museu da Amazônia”, antes de conversar com líderes indígenas e representantes locais que atuam na preservação da floresta.
“A história literalmente nos observa agora. Então, vamos preservar este lugar sagrado para o nosso tempo e para sempre, em benefício de toda a humanidade”, disse Biden.
Embora os EUA sejam o segundo maior emissor de gases de efeito estufa, o país enfrenta críticas pelo alto índice de emissões per capita, que é o dobro do registrado na China e até oito vezes maior que o da Índia, segundo a ONG World Resources Institute.
Fundo Amazônia: histórico e desafios
O Fundo Amazônia foi criado em 2008 para captar doações destinadas à preservação e ao uso sustentável da floresta. Até hoje, a Noruega é seu maior doador, com mais de US$ 1 bilhão em contribuições.
A Alemanha também é um parceiro significativo. A nova injeção de recursos pelos EUA reflete um esforço renovador para ampliar a cooperação internacional.
Apesar dos avanços, especialistas alertam para os desafios da região. Um estudo da rede Raisg revelou que, em quatro décadas, a Amazônia perdeu uma área equivalente ao território da Colômbia. Com isso, a floresta se aproxima do ponto de não retorno, conhecido como “savanização”.
A visita de Biden, que incluiu a designação do dia 17 de novembro como o Dia Internacional da Conservação, reforça a importância da Amazônia na agenda ambiental global.