Inundações e interdições de estradas impactam colheita e transporte do cereal, aumentando incertezas para a safra 2023/24
As intensas chuvas que estão inundando o estado do Rio Grande do Sul têm gerado preocupações entre os produtores de arroz. De acordo com especialistas do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP, a colheita, já atrasada em comparação com anos anteriores, corre o risco de sofrer ainda mais impactos negativos.
As tempestades recentes resultaram em alagação nas lavouras, impedindo a continuidade das atividades agrícolas. Além disso, o fechamento de estradas tem dificultado o transporte do cereal, agravando a situação.
O cenário aumenta as apreensões quanto à produtividade da safra 2023/24. Segundo dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) divulgados em 22 de abril, a média de produção estava em 8.612 quilos por hectare até o momento.
A tendência de queda tem sido observada nas últimas semanas, com o ponto mais alto registrado em 20 de março, atingindo 8.817 kg/ha. Desde então, houve uma redução na média de 143 kg/ha até o levantamento de 17 de abril.
A área técnica do Irga prevê que essa tendência de queda na média se intensificará nas próximas semanas devido às enchentes e ao acamamento das lavouras provocados pelos recentes eventos de chuva.
Essa situação evidencia a vulnerabilidade dos produtores de arroz diante das condições climáticas extremas, ressaltando a importância de medidas de adaptação e investimentos em infraestrutura para lidar com esses desafios.