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Economia

Dólar disparou para R$ 5,76, maior valor em três anos

Cédulas de dólar — Foto: Adriana Toffetti/Agência O Globo
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A moeda norte-americana teve alta de 0,92%, cotada a R$ 5,7610.

Nessa terça-feira (29), o dólar fechou em alta e bateu os R$ 5,76, o maior patamar desde 2021, quando fechou em R$ 5,7613. O avanço ocorre em meio à cautela dos investidores quanto à economia brasileira, especialmente no que se refere a um possível corte de despesas públicas, ainda sem data oficial por parte do governo.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nessa terca-feira que terá uma série de reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao longo da semana, mas disse que não há previsão para divulgação do novo pacote fiscal com corte de despesas públicas.

A moeda norte-americana teve alta de 0,92%, cotada a R$ 5,7610 — Foto: Divulgação/Pexels

Nas últimas semanas, Haddad havia sinalizado a possibilidade de cortes de até R$ 60 bilhões após as eleições municipais, com o objetivo de elevar a confiança no cenário econômico nacional. Mas a falta de detalhes sobre o plano gerou incertezas e contribuiu para a pressão sobre o câmbio.

Dados econômicos pressionaram câmbio

Além da expectativa de medidas fiscais, outros indicadores econômicos adicionaram tensão ao mercado. O Banco Central (BC) informou que os investimentos diretos do país ficou abaixo do esperado em setembro, totalizando US$ 5,23 bilhões, contra uma expectativa de US$ 5,60 bilhões. 

Esse desempenho reforça a percepção de menor atratividade do Brasil como destino para capital estrangeiro, o que contribui para a valorização do dólar.

As transações correntes, que englobam as balanças comerciais e de serviços, além de transferências unilaterais, registraram déficit de US$ 6,53 bilhões, pior do que as estimativas, que apontaram para um déficit de US$ 5,0 bilhões.

Bolsa em queda

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira (B3), também encerrou a terça-feira em queda, refletindo a cautela dos investidores em relação ao cenário doméstico.

A expectativa de um ajuste fiscal consistente e o cenário econômico desafiador são visíveis como fatores que ampliam a volatilidade nos mercados.

Esse panorama coloca em evidência o peso das decisões do governo na condução da política fiscal e na confiança dos investidores, especialmente em um contexto de alta no dólar, que impacta diretamente a inflação e o custo de produtos e serviços importados no país.

Dólar

Ao final da sessão, o dólar avançou 0,92%, cotado a R$ 5,7610, atingindo o maior patamar desde 30 março de 2021, quando fechou a R$ 5,7613Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7666.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,99% na semana;
  • avanço de 5,77% no mês;
  • ganho de 18,72% no ano.

No dia anterior, a moeda subiu 0,06%, cotada a R$ 5,7082.

Ibovespa

Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,37%, aos 130.730 pontos.

Com o resultado, acumulou:

  • alta de 0,64% na semana;
  • perdas de 0,82% no mês;
  • recuo de 2,58% no ano.

Na véspera, o índice encerrou em alta de 1,02%, aos 131.213 pontos.

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