Cúpula no Rio é marcada por tensões diplomáticas e desafios políticos.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) recebeu nesta segunda-feira (18), no Rio de Janeiro, os líderes estrangeiros participantes da cúpula do G20. Ao lado da primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, ele deu início às reuniões com o secretário-geral da ONU, António Guterres.
No Brasil, a Cúpula de Líderes do G20 se encerra nesta terça-feira (19), com a presença das lideranças dos 19 países membros, mais a União Africana e a União Europeia.
Entre os momentos de destaque, chamou atenção o clima frio no cumprimento entre Lula e o presidente argentino ultraliberal Javier Milei, acompanhado da irmã e conselheira política, Karina. O aperto de mão foi estritamente formal, contrastando com a interação mais descontraída de Lula com outros líderes, como a italiana Giorgia Meloni.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, também quebrou o protocolo ao não subir a rampa do Museu de Arte Moderna (MAM), local do evento, optando pelo elevador devido a idade, 81 anos.
A estimativa do governo brasileiro era que 55 chefes de Estado ou representantes de organizações internacionais vissem ao Rio de Janeiro para a cúpula, como Xi Jinping (China), Emmanuel Macron (França), Ursula von der Leyen (Comissão Europeia) e Javier Milei (Argentina).
Durante os cumprimentos, o encontro com Macron foi um dos mais calorosos, refletindo a proximidade geopolítica entre Brasil e França, apesar de divergências sobre o acordo União Europeia-Mercosul.
Outro ponto de tensão foram as negociações entre os países para a divulgação do comunicado tradicional conjunto, dificultadas pelas guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza.
Os países europeus pressionaram por uma posição mais contundente contra a Rússia, após novos ataques russos à infraestrutura ucraniana e a decisão dos EUA de permitir que a Ucrânia use armas de longo alcance contra o território russo.
A delegação argentina, liderada por Milei, passou a bloquear vários temas em negociação no âmbito do G20, especialmente a tributação de super-ricos, combate à desinformação e equidade de gênero. Apesar disso, cedeu parcialmente, permitindo que a declaração conjunta fosse emitida, ainda que com ressalvas.
A cúpula ocorre em meio a expectativas globais por avanços nas negociações e ao desafio de mediar as diferenças entre as maiores economias do mundo.
Países membros e líderes convidados para a Cúpula de Líderes do G20
- Brasil: Luiz Inácio Lula da Silva (Presidente)
- Índia: Narendra Modi (Primeiro-Ministro)
- África do Sul: Cyril Ramaphosa (Presidente)
- União Africana: Mohamed Ould Cheikh El Ghazouani (Presidente)
- Canadá: Justin Trudeau (Primeiro-Ministro)
- China: Xi Jinping (Presidente)
- Argentina: Javier Milei (Presidente)
- Austrália: Anthony Albanese (Primeiro-Ministro)
- União Europeia:
- Ursula von der Leyen (Presidente da Comissão Europeia)
- Charles Michel (Presidente do Conselho Europeu)
- França: Emmanuel Macron (Presidente)
- Alemanha: Olaf Scholz (Chanceler)
- Indonésia: Prabowo Subianto (Presidente)
- Itália: Giorgia Meloni (Primeira-Ministra)
- Japão: Shigeru Ishiba (Primeiro-Ministro)
- México: Claudia Sheinbaum (Presidente)
- República da Coreia: Yoon Suk-yeol (Presidente)
- Rússia: Sergey Lavrov (Ministro das Relações Exteriores)
- Turquia: Recep Tayyip Erdoğan (Presidente)
- Reino Unido: Keir Starmer (Primeiro-Ministro)
- Estados Unidos: Joe Biden (Presidente)
- Arábia Saudita: Faisal bin Farhan Al Saud (Ministro das Relações Exteriores
- Angola: João Lourenço (Presidente)
- Bolívia: Luis Arce (Presidente)
- Chile: Gabriel Boric (Presidente)
- Colômbia: Gustavo Petro (Presidente)
- Egito: Abdel Fattah el-Sisi (Presidente)
- Malásia: Anwar Ibrahim (Primeiro-Ministro)
- Noruega: Jonas Gahr Støre (Primeiro-Ministro)
- Vaticano: Pietro Parolin (Cardeal e Secretário de Estado)
- Nigéria: Bola Tinubu (Presidente)
- Paraguai: Santiago Peña (Presidente)
- Portugal: Luís Montenegro (Primeiro-Ministro)
- Cingapura: Lawrence Wong (Primeiro-Ministro)
- Espanha: Pedro Sánchez (Presidente do Governo)
- Tanzânia: Samia Suluhu Hassan (Presidente)
- Catar: Tamim bin Hamad Al Thani (Emir)
- Vietnã: Pham Minh Chinh (Primeiro-Ministro)
- Emirados Árabes Unidos: Mohammed bin Zayed Al Nahyan (Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi)
- Uruguai: Omar Paganini (MInistro das Relações Exteriores)
Organizações internacionais e representantes convidados
- African Development Bank (AfDB): Akinwumi Adesina (Presidente)
- Asian Infrastructure Investment Bank (AIIB): Jin Liqun (Presidente)
- CAF (Development Bank of Latin America and Caribbean): Sergio Díaz-Granados (Presidente Executivo)
- Financial Stability Board (FSB): Klaas Knot (Presidente)
- Food and Agriculture Organization (FAO): Qu Dongyu (Diretor-Geral)
- Inter-American Development Bank (IDB): Ilan Goldfajn (Presidente)
- International Labour Organization (ILO): Gilbert Fossoun Houngbo (Diretor-Geral)
- International Monetary Fund (IMF): Kristalina Georgieva (Diretora-Geral)
- League of Arab States (LAS): Ahmed Aboul Gheit (Secretário-Geral)
- New Development Bank (NDB): Dilma Rousseff (Presidente)
- United Nations (UN): António Guterres (Secretário-Geral)
- United Nations Conference on Trade and Development (UNCTAD): Rebeca Grynspan (Secretária-Geral)
- World Bank (WB): Ajay Banga (Presidente)
- World Health Organization (WHO): Tedros Adhanom Ghebreyesus (Diretor-Geral)
- World Trade Organization (WTO): Ngozi Okonjo-Iweala (Secretária-Geral)
- UNESCO: Audrey Azoulay (Diretora-Geral)