O “desafio do desodorante” viraliza em plataformas como o TikTok, onde participantes são desafiados a inalar o spray por tempo prolongado.
Uma criança de 8 anos morreu no Distrito Federal após participar do chamado “desafio do desodorante”, que consiste em inalar o produto aerossol pelo maior tempo possível. Sarah Raissa Pereira de Castro foi atendida no Hospital Regional de Ceilândia (HRC), mas não resistiu. O óbito foi confirmado neste domingo (13), após exames que comprovaram morte cerebral.
A 15ª Delegacia de Polícia (DP) abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da morte e identificar quem divulgou o desafio nas redes sociais. O delegado Ataliba Neto, responsável pelo caso, afirmou que os responsáveis pela publicação podem ser enquadrados em crime de homicídio qualificado.
“A depender das circunstâncias, [o responsável] poderá responder pelo crime de homicídio duplamente qualificado (através de meio que pode causar perigo comum e por ter sido praticado contra menor de 14 anos de idade), cuja pena pode alcançar os 30 anos de prisão“, informou a polícia.
Risco mortal do desafio
De acordo com familiares, Sarah participou do desafio após ser influenciada por vídeos na internet, onde usuários incentivam crianças e adolescentes a inalar desodorante e gravar as reações. A menina sofreu uma parada cardiorrespiratória no dia 10 de abril, foi reanimada por uma hora, mas não apresentou reflexos. A morte cerebral foi confirmada no mesmo dia.
Especialistas reforçam o risco: Anthony Wong, diretor do Ceatox (USP), explica que o desodorante aerossol contém etanol e partículas que, quando inaladas, podem causar danos graves aos pulmões e ao coração, levando à asfixia ou parada cardíaca.
Como o desafio funciona?
O “desafio do desodorante” viraliza em plataformas como o TikTok, onde participantes são desafiados a inalar o spray por tempo prolongado. Os vídeos, que atraem milhares de visualizações, muitas vezes não alertam para os riscos fatais.
A polícia agora busca identificar quem propagou o desafio e como Sarah teve acesso ao conteúdo. Enquanto isso, autoridades e familiares pedem maior conscientização sobre os perigos de brincadeiras virtuais que colocam vidas em risco.