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Saúde

Pesquisa recente do IBGE revela problema de insegurança alimentar no Brasil

Insegurança alimentar atinge mais de 60 milhões de brasileiros, diz ONU - Foto: Internet
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Insegurança alimentar refere-se à incerteza dos moradores sobre a disponibilidade de comida suficiente ou apropriada para suas necessidades nutricionais.

 

Os resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, conduzida em 2023, foram divulgados na última quinta-feira (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento revelou que a insegurança alimentar afetou 27,6% dos lares brasileiros, o que equivale a 64 milhões de pessoas sem acesso adequado à alimentação básica.

A insegurança alimentar refere-se à incerteza dos moradores sobre a disponibilidade de comida suficiente ou apropriada para suas necessidades nutricionais.

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Cerca de 64 milhões de pessoas não tem acesso adequado à alimentação básica. Foto: Hedeson Alves/AEN

 

O estudo da PNAD destaca que o cenário de insegurança alimentar grave é mais expressivo nas áreas rurais, com 12,7% dos domicílios nessas regiões enfrentando esse problema, em comparação com 8,9% nas áreas urbanas.

Segundo a pesquisa, famílias brasileiras enfrentam insegurança alimentar moderada ou grave, vivenciando uma redução na quantidade de alimentos consumidos ou uma ruptura nos padrões de alimentação.

 

Gráfico sobre a redução da prevalência de insegurança alimentar moderada e manutenção do patamar de insegurança alimentar grave – Foto : IBGE

 

Comparando os dados do módulo de Segurança Alimentar da PNAD Contínua do quarto trimestre de 2023 com os da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) de 2017-2018, notou-se uma queda de cerca de 25,0% no número de lares em insegurança alimentar leve.

Em relação aos anos de 2004 e 2009, o percentual de insegurança alimentar leve permaneceu estável.

Nos últimos cinco anos, de 2018 a 2023, houve uma pequena redução na prevalência de insegurança alimentar moderada, enquanto a situação de insegurança alimentar grave se manteve constante.

Esses números indicam progressos, mas também desafios persistentes na garantia do acesso à alimentação adequada para todos.

 

Insegurança alimentar refere-se à incerteza dos moradores sobre a disponibilidade de comida suficiente ou apropriada para suas necessidades nutricionais – Foto: Internet

 

Em rentrevista à Rede MLC, a nutricionista Iuçana Gadelha, compartilhou que, além da importância de criar projetos governamentais e causas políticas, é preciso conscientizar sobre os aspectos essenciais para modificar essa realidade de insegurança alimentar, sendo uma delas a promoção da educação nutricional e o aproveitamento de alimentos.

 

Nutricionista da ‘Danone Nutricia’ e do Instituto ‘Você mais saudável’, pós graduada em Nutrição Esportiva e há um ano Triatleta do projeto  – Foto: Redes Sociais

 

“Muitas vezes as pessoas não têm conhecimento sobre como reaproveitar os alimentos de maneira nutritiva, resultando na perda de nutrientes valiosos devido à falta de informação”, comentou.

Iuçana Gadelha destacou também que as pessoas precisam compreender a importância da nutrição, pois observa que muitos desconhecem a capacidade de reaproveitamento de certos alimentos, resultando em desperdício de recursos alimentares que poderiam nutrir.

 

Aproveitamento da casca do abacaxi para suco e doces – Foto: Internet

 

“Eu acredito que nós, nutricionistas, conseguimos passar essa educação nutricional, levando um pouco do conhecimento, pois ainda falta muita informação”, alegou.

Variações da Insegurança Alimentar

O IBGE utiliza a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para classificar os diferentes níveis desse problema nas residências. Essa escala identifica:

  • Insegurança alimentar leve: caracterizada pela redução na qualidade dos alimentos consumidos e preocupação com acesso futuro.
  • Insegurança alimentar moderada: marcada por restrições no acesso aos alimentos, como na quantidade disponível para consumo.
  •  Insegurança alimentar grave: quando a escassez de alimentos afeta todos os membros da família, podendo levar à condição de fome.

Conceito de insegurança alimentar

A concepção de insegurança alimentar, derivada do conceito de segurança alimentar, tem passado por uma reinterpretação ao longo do tempo, à medida que o problema da fome se intensifica globalmente e as discussões em torno desse tema se tornam mais urgentes e complexas.

A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), agência especializada do sistema ONU define a segurança alimentar da seguinte forma:

“Segurança alimentar existe quando todas as pessoas têm, a qualquer momento, acesso físico, econômico e social a alimentos seguros, nutritivos e suficientes para satisfazer suas necessidades dietéticas e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável”

A questão da insegurança alimentar no Brasil é um desafio antigo, influenciado principalmente pela desigualdade socioeconômica e pela pobreza estrutural, que afetam uma parcela significativa da população.

Ao longo da história do país, várias políticas e programas governamentais foram implementados com o objetivo de combater a fome e a pobreza, contribuindo para reduzir a insegurança alimentar.

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