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Empresa anuncia “ressurreição” de lobo-terrível extinto há 10 mil anos, mas cientistas contestam

Rômulo e Remo, da espécie lobo-terrível, que foi desextinta, de acordo com a Colossal Biosciences. - Foto: Colossal Biosciences
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A Colossal afirma ter modificado cerca de 20 regiões do genoma dos lobos modernos para reproduzir características do lobo-terrível.

A empresa de biotecnologia Colossal Biosciences anunciou nesta segunda-feira (7) a criação de três filhotes que seriam lobos-terríveis, espécie extinta há mais de 10 mil anos. Segundo a empresa, os animais foram desenvolvidos por meio de edição genética de lobos-cinzentos modernos, com base em DNA extraído de fósseis.

A Colossal, conhecida por projetos de “desextinção” – incluindo tentativas de reviver mamutes e criar um “camundongo-lanoso” com genes de mamute – afirma ter modificado cerca de 20 regiões do genoma dos lobos modernos para reproduzir características do lobo-terrível, como tamanho maior, mandíbulas robustas e vocalização distinta.

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No entanto, especialistas questionam o feito. Corey Bradshaw, ecólogo da Universidade Flinders (Austrália), afirmou à Reuters:

“Isso faz deles lobos terríveis? Não. Faz deles lobos-cinzentos ligeiramente modificados? Sim.”

Críticos apontam que:

  • O DNA de fósseis sofre degradação irreversível, impossibilitando a reconstrução completa do genoma original;
  • O estudo não foi publicado em revistas científicas ou revisado por pares;
  • As alterações genéticas são mínimas (20 genes em um genoma de ~19 mil).

Nic Rawlence, paleogeneticista da Universidade de Otago (Nova Zelândia), classifica os animais como “híbridos”:

“O lobo-terrível está em um gênero completamente diferente. Isso é como cruzar um leão com um gato doméstico.”

Lobo-terrível atualmente, já com cinco meses. – Foto: Colossal Biosciences

Histórico de polêmicas

A Colossal já havia gerado ceticismo com o “camundongo-lanoso”. Robin Lovell-Badge, do Instituto Francis Crick (Londres), comentou:

“Temos camundongos peludos, mas zero evidências de que isso nos aproxima de reviver mamutes.”

Stephan Riesenberg, do Instituto Max Planck (Alemanha), foi mais direto: “É apenas um camundongo com alguns genes especiais”.

Próximos passos

A empresa insiste que o projeto é um primeiro passo para a desextinção, mas cientistas exigem transparência e dados concretos.

Enquanto isso, a comunidade aguarda publicações revisadas para validar – ou refutar – as alegações.

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