Seca tem previsão de ser a pior na história do Amazonas.
A seca severa que atinge o Amazonas revelou um tesouro histórico no Alto Solimões: dois canhões da Coroa Portuguesa, usados na proteção do Forte São Francisco Xavier de Tabatinga, apareceram em meio a lama do município de Tabatinga.
Os artefatos pesam mais de 2,7 toneladas cada e fazem parte do arsenal que era usado na proteção do forte, uma estrutura erguida pela coroa portuguesa em 1776 em meio a época da expedições espanholas na região.
O militar Alex Cajueiro contou que estava estava pescando e que preferiu cortar caminho durante a volta e acabou esbarrando nas peças que estavam no rio.
“Subimos aqui nessa direção e me deparei com alguma coisa muito grande, algum ferro, eu até me bati, mas não consegui identificar o que era. Aí eu chamei os amigos, eles vieram e aí viram que era um canhão. Nossa pescaria não foi boa, mas creio que a gente pescou essa relíquia que faz parte da nossa história”, relatou.
As ruínas do forte já haviam sido reveladas devido ao baixo nível das águas, porém esta é a primeira vez que as peças de artilharia apareceram. O 8º Batalhão de Infantaria de Selva vai ser o responsável pela remoção dos canhões de onde foram encontrados.
Seca no Alto Solimões
Esta é a maior seca na localidade registrada nos últimos 42 anos. A medição do Serviço Geológico do Brasil (SGB), apontou que atualmente o Rio Solimões esta com a cota negativa de -1,91 metros, a menor já registrada em Tabatinga desde o inicio do monitoramento da Agência Nacional de Águas (ANA) em 1982.
Os rios estão em níveis críticos, o que resultou na interrupção do transporte por hidrovias e deixou quase 4 mil pessoas isoladas. Os preços de remédios e alimentos aumentaram exponencialmentes
A principal passagem que dá acesso à cidade está bloqueada por bancos de areia, pois a seca começou muito antes do esperado este ano: a navegação já havia sido interrompida no mês de julho, e de acordo com a Defesa Civil local, ainda não existe uma previsão para a recuperação das águas.
Agricultores, pescadores e a população que depende do transporte fluvial no município, também estão enfrentando uma crise ambiental. Na última quinta-feira (12), o alto Solimões alcançou um o nível -1,71 metro, conforme dados da Defesa Civil estadual.