Saída de capital estrangeiro e risco fiscal são apontados como principais fatores para a desvalorização de 10,54% do real frente ao dólar nos primeiros seis meses do ano.
O real brasileiro superou o peso argentino e se destacou como a moeda emergente com o pior desempenho em 2024 na tarde de segunda-feira (17).
Nos primeiros seis meses do ano, a moeda brasileira registrou uma desvalorização de 10,54% frente ao dólar, refletindo uma crescente insegurança do mercado em relação às contas públicas do país.
Em janeiro, o dólar era negociado a R$ 4,85 e, em junho, alcançou R$ 5,42.
Especialistas atribuem essa desvalorização significativa à saída de capital estrangeiro do Brasil, motivada principalmente pelo risco fiscal. Mesmo com o aumento na arrecadação, as despesas públicas também cresceram substancialmente, gerando incertezas no mercado.
Nos primeiros quatro meses de 2024, a bolsa brasileira sofreu uma saída líquida de US$ 21 bilhões (R$ 114 bilhões), o segundo maior valor registrado desde 1982, conforme dados do Banco Central.
“O risco fiscal segue elevado, diante da dificuldade do forte crescimento de despesas obrigatórias e dos limites para a expansão das receitas”, destacou o relatório de macroeconomia do Itaú.
Outro fator que contribuiu para a fuga de capital estrangeiro é a política monetária dos Estados Unidos. Com taxas de juros mais altas, os ativos norte-americanos tornaram-se mais atrativos e seguros para investidores globais.
Confira abaixo as maiores quedas das moedas emergentes frente ao dólar em 2024:
- Brasil: -10,54%
- Argentina: -10,48%
- Turquia: -10,12%
- México: -8,50%
- Tailândia: -6,95%
- Coreia do Sul: -6,52%
- Indonésia: -5,67%
- Colômbia: -4,87%
- Chile: -5,73%
- Hungria: -5,77%
O panorama econômico atual apresenta desafios significativos para o Brasil, que precisará de estratégias eficazes para lidar com a fuga de capitais e a desvalorização de sua moeda frente ao dólar.