No cenário internacional, os mercados estão atentos à decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e aos novos dados de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.
O Ibovespa opera em queda nessa quinta-feira (18), refletindo as crescentes preocupações dos investidores com o ajuste das contas públicas brasileiras após recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Às 14h25, o principal índice da B3 caía 1,17%, situando-se nos 127.936 pontos.
Simultaneamente, o dólar à vista registrava alta de 1,55%, cotado a R$ 5,567, com investidores adotando posições defensivas diante do acirramento das preocupações fiscais.
As tensões aumentaram após declarações do presidente Lula na última terça-feira (16), durante uma entrevista à TV Record, onde ele questionou a possibilidade de cumprir o novo arcabouço fiscal caso surjam “coisas mais importantes para fazer“.
Essas falas reacenderam temores no mercado sobre o compromisso do governo com o equilíbrio fiscal, especialmente em um momento crucial, poucos dias antes da divulgação do Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas do terceiro bimestre.
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, buscou tranquilizar o mercado, afirmando que Lula determinou que o governo não deve gastar mais do que arrecada, uma premissa que, segundo ela, deve ser refletida no Orçamento do próximo ano.
“Nós temos um compromisso com o país, por determinação do presidente e da equipe econômica, de não gastar mais do que arrecada”, disse Tebet em entrevista ao programa “Bom dia, ministra”, do CanalGov.
Contudo, essas declarações não parecem ter sido suficientes para aliviar as preocupações dos investidores.
Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, comentou sobre a situação: “Foi uma boa sinalização em termos de falas, mas o mercado fica um pouco cético sobre se isso vai ser efetivamente colocado em prática. Isso (falas de Tebet) deveria aliviar um pouco a pressão, mas não é algo que estamos vendo agora.”
Cenário externo
No cenário internacional, os mercados estão atentos à decisão de juros do Banco Central Europeu (BCE) e aos novos dados de auxílio-desemprego nos Estados Unidos.
O BCE decidiu manter sua taxa de depósito inalterada em 3,75%, conforme esperado pelos analistas, após um corte de 25 pontos-base na reunião anterior.
A autoridade monetária da zona do euro reafirmou seu compromisso com o retorno da inflação à meta de 2%, destacando que os juros permanecerão suficientemente restritivos pelo tempo necessário.
Nos Estados Unidos, novos dados de auxílio-desemprego indicaram um aumento de 20.000 pedidos iniciais, totalizando 243.000, acima da expectativa de 230.000 dos especialistas consultados pela Reuters.
Esse aumento, junto com números de inflação mais benignos no segundo semestre, reforça a expectativa de um corte de juros pelo Federal Reserve em setembro.
Apesar do cenário, o índice do dólar, que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas, subia 0,22%, alcançando 103,900.