De acordo com a Justiça de Pernambuco, as transações foram feitas durante o ano de 2023.
De acordo com um relatório de inteligência financeira (RIF) do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), a GSA Empreendimentos e Participações, que tem o cantor Gusttavo Lima como único sócio, recebeu R$ 5,9 milhões da empresa Pix 365 Soluções Tecnológicas.
A empresa Pix 365 é uma bet investigada pela Polícia Civil do Pernambuco no esquema de lavagem de dinheiro com jogos ilegais.
O inquérito policial também aponta que a Pix 365 utilizou a empresa Zelu Brasil Facilitadora de Pagamentos para mediar parte das transações.
- Leia mais: Justiça decreta prisão de Gusttavo Lima
- Caso Deolane Bezerra: Dono da Esportes da Sorte e esposa se entregam à polícia
Com isso, a polícia concluiu que há “indícios suficientes da participação dele no crime de lavagem de dinheiro que foi investigado no inquérito policial”.
As informações foram citadas na decisão judicial que decretou a prisão preventiva de Nivaldo Batista Lima, nome de batismo do cantor, nesta segunda-feira (23).
A juíza Andrea Calado da Cruz explica, na decisão, que a Pix 365 é a empresa de apostas esportivas Vai de Bet, e a Zelu Brasil é a intermediadora de pagamento da Vai de Bet e da Esportes da Sorte.
“Infere-se que a vai de bet (PIX365), efetuou pagamento de R$ 5.750.000,00 à GSA, por meio da Zelu Brasil facilitadora de pagamento, além de ter enviado R$ 200.000,00 diretamente à GSA”.
De acordo com a Justiça de Pernambuco, as transações foram feitas durante o ano de 2023.
Rayssa Rocha e Thiago Rocha, donos da Zelu Brasil e os sócios da Pix 365, José André e Aislla Sabrina, foram indiciados no mesmo inquérito policial de Gusttavo Lima.
A decisão também informa que a outra empresa do artista, Balada Eventos Produções LTDA, é acusada de ocultar quase R$ 10 milhões de jogos ilegais da recebidos em dois depósitos da HSF Entretenimento Promoção de Eventos.
A investigação ainda identificou que o cantor continuou na posse da aeronave Cessna Aircraft, mesmo após receber depósitos que totalizaram R$ 22,2 milhões pela negociação.
Operação Integration
Gusttavo Lima é alvo da Operação Integration, que investiga uma organização criminosa responsável por movimentar cerca de R$ 3 bilhões provenientes de atividades ilícitas.
Esta ação da polícia de Pernambuco também investiga a advogada e influenciadora Deolane Bezerra.
- Leia mais: Justiça mantém prisão de Deolane Bezerra
- Operação Deolane Bezerra: Jatinho, carros de luxo e milhões em dinheiro são apreendidos
Na decisão, a juíza do caso aponta que a relação do cantor com foragidos da mesma operação apresenta “características espúrias e duvidosas”.
O caso do artista sertanejo é um desdobramento da ação policial que culminou em 19 mandados de prisão e 24 mandados de busca e apreensão em cinco estados.
Defesa do cantor
Na noite desta segunda-feira (23), a assessoria do cantor emitiu uma nota sobre o pedido de prisão:
A defesa do cantor GUSTTAVO LIMA recebeu na tarde desta segunda-feira (23/09), por meio da mídia, a decisão da Juíza Dra. Andréa Caladoo da Cruz da 12ª Vara Criminal de Recife/PE que decretou a prisão preventiva do cantor e de outras pessoas e, esclarece que as medidas cabíveis já estão sendo adotadas.
Ressaltamos que é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais.
A inocência do artista será devidamente demonstrada, pois acreditamos na justiça brasileira. O cantor GUSTTAVO LIMA jamais seria conivente com qualquer fato contrário ao ordenamento de nosso país e não há qualquer envolvimento dele ou de suas empresas com o objeto da operação deflagrada pela Polícia Pernambucana.
Por fim, esclarecemos que os autos tramitam em segredo de justiça e que qualquer violação ao referido instituto será objeto e reparação e responsabilização aos infratores.