A quantidade de desempregados ficou 7,5% abaixo do que o registrado no mesmo período de 2023.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, nesta quinta-feira (28), que a taxa de desemprego no Brasil foi de 7,8% no trimestre encerrado em fevereiro.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) e ficaram em linha com as expectativas do mercado, segundo levantamento da Reuters, que também esperava um crescimento de 7,8%.
Na comparação com o trimestre móvel anterior, encerrado em novembro de 2023, houve alta de 0,3 ponto percentual na desocupação, que era de 7,5%. Apesar desse aumento, a taxa ainda está abaixo da que foi registrada no mesmo período do ano passado, que estava em 8,6%.
Atingindo 8,5 milhões de pessoas, o número absoluto de desocupados cresceu 4,1% contra o trimestre anterior. Na comparação anual, o recuo é de 7,5%.
Quem também contribuiu para o resultado pior de desemprego foi o aumento do número de pessoas desalentadas (pessoa que gostaria de trabalhar, mas desistiu de procurar emprego por acreditar que não conseguiria), que chegou a 3,7 milhões de pessoas. Trata-se de uma alta de 8,7% contra o trimestre anterior, primeira alta desse contingente desde o trimestre móvel encerrado em abril de 2021.
O percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar – chamado de nível da ocupação – foi estimado em 57,1%, um recuo de 0,3 ponto percentual frente ao trimestre anterior. Em relação ao mesmo período do ano anterior, a alta é de 0,7 p.p.
Houve estabilidade no número de pessoas dentro da força de trabalho (soma de ocupados e desocupados) no trimestre, estimado em 108,8 milhões. A população fora da força totalizou 66,8 milhões, crescimento de 0,4%.
O número de empregados sem carteira não teve variação significativa no trimestre, na casa dos 13,3 milhões. Por outro lado, o contingente de informais caiu de 39,4 milhões para 38,8 milhões.
Carteira assinada
De acordo com o IBGE, a formação de vagas formais foi justamente o que impediu um aumento mais relevante do desemprego no país. Houve recorde de trabalhadores com carteira de trabalho assinada, com 37,99 milhões.
O Ministério do Trabalho e Emprego informou, nesta quarta-feira (27), que o país gerou 306,11 mil empregos formais em fevereiro deste ano, uma alta de 21,2% frente ao mesmo mês de 2023. Mas os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) não incluem os informais e são coletados das empresas que abarcam o setor privado.
Já os dados da Pnad são obtidos por meio de pesquisa domiciliar e abrangem também o setor informal da economia. Assim, os resultados não são comparáveis, mas nesse caso apontam para direções parecidas ao apontar expansão das vagas formais.
Rendimento real
O rendimento real habitual teve alta frente ao trimestre anterior, de 1,1%, e passou a R$ 3.110. No ano, o crescimento foi de 4,3%.
A massa de rendimento real habitual foi estimada em R$ 307,3 bilhões, mais um recorde da série histórica do IBGE. O resultado teve variação inexpressiva frente ao trimestre anterior, e cresceu 6,7% na comparação anual.
Confira as porcentagens da pesquisa
- Taxa de desocupação: 7,8%
- População desocupada: 8,5 milhões de pessoas
- População ocupada: 100,25 milhões
- População fora da força de trabalho: 66,8 milhões
- População desalentada: 3,7 milhões
- Empregados com carteira assinada: 37,99 milhões
- Empregados sem carteira assinada: 13,3 milhões
- Trabalhadores por conta própria: 25,4 milhões
- Trabalhadores domésticos: 5,9 milhões
- Trabalhadores informais: 38,8 milhões
- Taxa de informalidade: 38,7%