Membros da comissão técnica e jogadoras do Bahia confirmaram a versão da zagueira, embora a arbitragem não tenha presenciado as ofensas.
O JC Futebol Clube, já abalado pela eliminação da Série A2 do Campeonato Brasileiro Feminino, está envolvido em uma polêmica após o empate sem gols no jogo de volta das quartas de final contra o Bahia, que garantiu a classificação da equipe baiana.
O técnico do clube amazonense, Hugo Duarte, foi acusado de racismo contra a zagueira Suelen, do Bahia.
Após o apito final, Hugo Duarte se envolveu em um tumulto com as atletas do Bahia e do JC. Segundo relatos do Bahia, o treinador proferiu ofensas racistas contra Suelen.
A árbitra Jady Jesus Caldas registrou a acusação em súmula, onde Suelen declarou que Duarte a chamou de “macaca” e tentou agredi-la fisicamente.
Membros da comissão técnica e jogadoras do Bahia confirmaram a versão da zagueira, embora a arbitragem não tenha presenciado as ofensas.
Duarte foi conduzido à Central de Flagrantes da 1ª Delegacia em Salvador para prestar esclarecimentos e registrar um boletim de ocorrência.
O episódio gerou indignação e protestos tanto dentro quanto fora de campo.
Nota oficial do Bahia
Em uma nota oficial, o Esporte Clube Bahia SAF expressou profunda lamentação pelo incidente e prestou solidariedade a Suelen.
O clube também cobrou uma resposta rápida para o caso, ressaltando a importância de combater o racismo em todas as suas formas.
Confira a nota do Bahia na íntegra
“O que deveria ser uma noite apenas de comemoração pelo acesso das Mulheres de Aço à elite do futebol brasileiro acabou manchada por episódio lamentável no estádio de Pituaçu
Ao final da partida, a zagueira tricolor Suelen foi alvo de ofensa racial praticada pelo treinador da equipe adversária no gramado
Acionada, a Polícia Militar conduziu o acusado à Central de Flagrantes da 1ª Delegacia para realização de boletim de ocorrência
O Diretor de Operações e Relações Institucionais, Vitor Ferraz, acompanha a atleta juntamente com advogado criminalista que assessora o clube, além de outras jogadoras e funcionários que se apresentaram como testemunha
O Esporte Clube Bahia SAF manifesta toda solidariedade a Suelen ao tempo em que cobra resposta à altura da gravidade do assunto, reiterando compromisso na luta contra qualquer tipo de discriminação”.
Posição do JC
O JC também se pronunciou sobre a acusação e disse estão averiguando todas informações necessárias dos acontecimentos “para realizar os procedimentos cabíveis, onde não haja informações infame ou caluniosas”.
Confira a nota do JC na íntegra
“O JC Futebol Clube-AM repudia qualquer ato de racismo ou injúria racial contra qualquer pessoa. Sobre o ocorrido na segunda-feira, onde o clube enfrentou o Bahia pelo Campeonato Brasileiro Feminino, houve um ocorrido envolvendo o treinador e uma atleta do clube do Bahia que estão sendo investigado
O Clube juntamente com seu jurídico estão averiguando todas informações necessárias dos acontecimentos ali presenciados para realizar os procedimentos cabíveis, onde não haja informações infame ou caluniosas que prejudiquem quaisquer que sejam os envolvidos. No mais, retificamos que este clube lamenta e é contra qualquer tipo de preconceito”.