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Economia

Ibovespa fecha em queda de 0,8% com expectativas dos juros nos EUA; dólar sobe a R$ 4,97

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Números do CPI norte-americano publicados na véspera diminuem expectativas para momento e escala dos cortes das taxas pelo Fed

O Ibovepa encerrou em queda e o dólar apontou para cima nesta quarta-feira (14), com a cautela dos investidores avaliando os próximos passos dos juros nos Estados Unidos após dados da inflação divulgados na véspera virem mais forte do que o esperado, enquanto o mercado doméstico estava fechado pelo Carnaval.

O principal índice da bolsa brasileira encerrou o dia com queda de 0,79%, aos 127.018 pontos, ignorando o viés positivo em Wall Street.

Em uma sessão mais curta, iniciada às 13h em função da Quarta-Feira de Cinzas, o dólar à vista fechou cotado a R$ 4,972 na venda, em alta de 0,27%. Em fevereiro, a moeda acumula alta de 0,69%.

Expectativa com os juros

Dados da véspera mostraram que o índice de preços ao consumidor dos Estados Unidos avançou 3,1% em janeiro na base anual, contra expectativa de alta de 2,9%.

Os dados levaram operadores a diminuir suas expectativas para o momento e a escala dos cortes de juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) este ano, com o mercado praticamente descartando as chances de um início do afrouxamento monetário em março e reduzindo as apostas em um corte em maio.

“O índice de preços ao consumidor de terça-feira está em linha com o adiamento pelo Fed para junho de seu primeiro corte de juros, em linha com a visão do Citi”, disseram analistas do banco norte-americano em relatório a clientes.

“Não acreditamos que o mercado irá descartar (um corte em) junho, dada a quantidade de dados que ainda faltam entre agora e então, mas ainda poderemos ver uma redução adicional para maio, e talvez menos de 100% para junho”, acrescentaram os economistas do Citi, notando que o dólar tipicamente se fortalece globalmente após liquidações de títulos norte-americanos provocadas por dados de inflação.

Na véspera, o rendimento do Treasury de dez anos, que se move de forma inversa a seu preço, saltou em reação aos dados de inflação dos EUA.

No entanto, apesar da tendência de fortalecimento da divisa norte-americana, moedas emergentes de carrego elevado — cesta que inclui o real — continuam com bom desempenho na média nos últimos tempos, disse o Citi.

O carrego de uma moeda é o retorno que ela pode oferecer em estratégias de “carry trade”, que consistem na tomada de empréstimos em país de juros baixos e aplicação desses recursos em um mercado mais rentável.

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