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Aliexpress e Shein diz que aprovação da taxação de compras é um “retrocesso”

A decisão da Câmara de taxar as compras internacionais até US$ 50 em 20% foi vista como um retrocesso pela Shein e recebida com surpresa pelo Aliexpress - Foto: Internet
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compras internacionais até US$ 50 estão isentas de imposto de importação

A Câmara dos Deputados aprovou na tarde desta terça-feira (28) uma nova taxação de 20% para compras internacionais até US$ 50 (aproximadamente R$ 260), junto com o projeto de lei do Programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que visa incentivar a indústria automotiva.

Esta medida, que ainda precisa ser aprovada pelo Senado e sancionada pelo presidente Lula, surge após intensos debates e pressão do varejo nacional, que alegava concorrência desleal e vantagens tributárias para plataformas internacionais como Shein e AliExpress.

Atualmente, pelo programa Remessa Conforme, em vigor desde agosto do ano passado, compras internacionais até US$ 50 estão isentas de imposto de importação, pagando apenas o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) de 17%.

A nova taxação elevaria os custos totais para 44,5%, somando o imposto de importação de 20% ao ICMS já existente.

Reações de Shein e AliExpress

A Shein, através de seu diretor no Brasil, Felipe Feistler, expressou descontentamento com a decisão, classificando-a como um retrocesso que limita o acesso ao consumo de produtos importados pelas classes mais baixas.

Segundo Feistler, 88% dos consumidores da Shein pertencem às classes C, D e E, que seriam as mais afetadas pela nova taxação.

“[…] Os mais ricos podem viajar e comprar sem taxas. Essa decisão tira das classes C, D e E o direito de também ter algum consumo não taxado” – disse Feistler.

Shein vê “retrocesso” no fim da isenção de Imposto de Importação – Foto: Divulgação

A AliExpress também reagiu negativamente, com sua diretora no Brasil, Briza Bueno, destacando a surpresa com a aprovação da medida e criticando a falta de consulta aos consumidores.

Fomos surpreendidos. A gente não esperava que isso ia ser votado da maneira que foi, que entrou como um jabuti dentro desse projeto de lei que não tem muito a ver com a importação de produtos de comércio internacional. Ao mesmo tempo, a principal coisa que sentimos é que faltou ouvir o consumidor” – ressaltou a diretora da AliExpress.

A AliExpress também reagiu negativamente à taxação- Foto: Divulgação

Briza Bueno ainda afirmou que a incerteza gerada pela nova taxação prejudica os negócios e que a AliExpress investiu significativamente para cumprir as regras do Remessa Conforme.

Posição do varejo nacional

Para o varejo nacional, a aprovação da taxação é uma vitória parcial. Em nota conjunta, entidades como o Instituto para o Desenvolvimento do Varejo (IDV), a Associação Brasileira do Varejo Têxtil (ABTEX) e a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) afirmaram que a medida ajuda a descontruir “inverdades disseminadas pelas plataformas asiáticas”, mas que ainda é necessário avançar na isonomia regulatória e no combate a fraudes.

“O varejo e a indústria nacionais têm os seus produtos fiscalizados e cumprem rigorosamente as normas de conformidade.” – IDV, Abtex e Abit, em nota

O futuro da medida

O presidente Lula já havia manifestado interesse à taxação, descrevendo as mercadorias vendidas pelas plataformas asiáticas como “bugigangas” e questionando se realmente competem com produtos brasileiros.

A aprovação pelo Senado e a sanção presidencial serão os próximos passos decisivos para a implementação da medida.

Enquanto isso, as empresas internacionais e os consumidores brasileiros aguardam ansiosos pela definição final, que poderá impactar significativamente o acesso ao consumo de produtos importados pelas classes mais baixas no Brasil.

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